segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Um pouco de história da Tuna Luso




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Campeonato Paraense 1991 - O juiz

“Os protestos contra o árbitro José Aparecido de Oliveira foram a tônica no vestiário da Tuna, após o jogo de ontem contra o Remo. O empate de zero a zero (a Tuna abandonou o jogo e por isso perdeu de 1 a 0) foi considerado vitorioso pelos cruzmaltinos, que achavam que o resultado já estava armado.
Como o resultado foi empate no tempo regular, a Tuna teve direito a 50% da renda do jogo. A diretoria vai premiar os jogadores, mesmo com a arbitragem dando a vitória ao Remo. A Federação Paraense de Futebol (FPF) tentou entregar o troféu de vice-campeã à Tuna, o que foi rejeitado pela diretoria tunante. A revolta dos jogadores e diretores era tão grande, que alguns chegaram a ameaçar de morte o árbitro José Aparecido. ‘Preto safado! Tu estás no bolso! Tu estás na gaveta! Ladrão! Tu não saíras vivo de Belém, seu ladrão’, gritava transtornado, o vice-de-futebol da Tuna Alírio Gonçalves.
O técnico Nélio Pereira também criticou a atuação do juiz, primeiramente pela expulsão de Zedivan. ‘O Rildon fez pior e não foi expulso’, criticou. Pereira, entretanto, perdeu a calma quando foi marcado o pênalti contra a Tuna. Ele disse que aceitou a ordem para que a Tuna não continuasse no jogo. ‘Sou o empregado do clube e ele (Mangini) é o presidente e está mandando’.
Fonte: O Liberal de 1º de dezembro de 1991.


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O vice-campeonato de 1991

Ondino (atrás) disputa uma jogada com Gilmar (7) e Alencar (à esq.). Os remistas, desta vez, ganharam o duelo no meio-campo
“O Clube do Remo não precisou marcar gol na Tuna para conquistar o tricampeonato Estadual invicto - longe do Baenão desde 1979 -, ontem, no Mangueirão. Após o empate de 0 a 0 no tempo regulamentar, no início do primeiro tempo da prorrogação, o árbitro paulista José Aparecido de Oliveira marcou um pênalti em favor do Remo, numa jogada que Lamartine caiu dento da área, após ganhar uma dividida com Juninho. Os tunantes contestaram muito a marcação e catimbaram a cobrança. Cacu agrediu Papelin e terminou expulso juntamente com seu companheiro Carlão. O presidente da Tuna, Genésio Mangini, invadiu o campo e ordenou que seus jogadores não permitissem que o pênalti fosse cobrado. ‘Não fica no gol, sai, sai’, disse Genésio ao goleiro Altemir, que ficou em frente ao túnel da Tuna.
O árbitro José Aparecido deu o jogo por encerrado, após esperar cinco minutos, para que o goleiro Altemir voltasse ao gol, para a cobrança do pênalti. O Código Brasileiro Disciplinar de Futebol (CBDF) prevê a derrota de 1 a 0 para o time que abandona o campo.
Pepelin (5) se livra de Ageu, numa das muitas jogadas que ganhou no meio-campo.
A Tuna (…) só teve o domínio do jogo nos 10 primeiros minutos, dando a impressão que a história da partida passada se repetiria. Logo aos 2 minutos, Dema deixou Cabinho em condições de marcar, mas o centroavante da Lusa errou o chute. Em seguida, Mário Vigia cruzou da esquerda, Cabinho, novamente desmarcado, cabeceou raspando a trave.
Aos 14 minutos [do segundo tempo], Cabinho cruzou da direita. A defesa remista parou, obrigando Wagner arrancar do gol, para evitar que a bola fosse dominada por um adversário. Wagner voltou a fazer uma boa defesa num cruzamento de Dema, que alcançaria Cabinho, livre na pequena área. 
Fonte: A Província do Pará de 1º de dezembro de 1991.
O vice-campeonato de 1986Equipe da Tuna em 1986.

“Observou Fernando Oliveira [gerente de futebol da Tuna] que os problemas de contusão sofridos pelo zagueiro Paulo Guilherme e pelo lateral-direito Quaresma foram fatais. Depois - disse ele - as mortes do pai do Ondino e do pai de Clóvis contribuíram negativamente um melhor desempenho do time que se sentiu abalado psicologicamente pelas duas perdas instantâneas. E no jogo não estava previsto acontecer o que aconteceu com o Hidalgo e com o Jango que tiveram de deixar campo por contusão.

Segundo Fernando Oliveira o gol de abertura da vitória azulina pegou de surpresa a Tuna e garantiu ele que ‘se o Paulo Guilherme estivesse jogando aquele gol não sairia porque o Mesquita subiu para cabecear com o Belterra e ganhou a jogada que deu seqüência ao lance que terminou em gol. E se fosse o Paulo Guilherme que tivesse subido para cabecear com o Mesquita o jogador do Remo não pegaria na bola porque o zagueiro não ninguém ganhar dele numa disputa por alto como aquela”. 

Fonte: A Província do Pará de 19 de agosto de 1986
Extrato do Blog Memória Tunante

4 comentários:

  1. Várias vezes Remo e Paysandu já fizeram das suas para a Tuna não ser campeã. Há muitos torcedores bacanas que são remistas e bicolores, que em algumas situações apoiam a Tuna, como também já vi uns fanáticos que desdenhavam da Tuna. O que eu gostaria é que a Tuna fosse mais respeitada e jogassem limpo. Será possível? Quando ela foi para as finais em 1985 e 1992 ela não concorria com Remo e Paysandu. Resultados? Campeã! E se tivesse sido contra um dos dois não armariam alguma coisa contra ela? Não sei...
    Márcio Rodrigues

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  2. Se a Tuna tivesse sido mais reconhecida e apoiada talvez o futebol paraense estivesse numa condição melhor da atual. Infelizmente os olhos das autoridades só se voltaram para os times de massa, que dão voto, ao invés de também investirem na formação de base. O resultado é esse que vemos! Agora, nada que ainda não possa ser revertido!

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  3. Espero que a Tuna volte aos seus dias de glória. Seria bom voltar a vê-la ser campeão de novo! A torcida tunante merece um título novamente. Há torcedores novos que nunca viram a Tuna ser campeã paraense ou nacional. Eu tive a felicidade de vê-la ganhar em 1985 e 1992 e acompanhei o campeonato paraense de 1988 que ela venceu. Bons tempos! A Tuna além de ter força em campo precisa se impor também como clube na federação e não deixar trapacearem com ela. Márcio

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  4. sou Paysandu, mas um admirador do futebol cruzmaltino que enche de orgulho a cada paraense

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