terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Proclamação da República no Brasil

Imagem de divulgação internet
                             
Em comemoração à Proclamação da República no Brasil, que aconteceu em 15 de novembro de 1889, portanto, há 127 anos, resolvi escrever este artigo. Vou começar fazendo um retrospecto histórico desde a ideia de Platão sobre República até chegar na República no Brasil.
Platão, filósofo grego, escreveu  “A República”. A questão principal exposta diz respeito à busca de uma fórmula que garanta uma harmoniosa administração a uma cidade. As crianças dessa República ideal estão sob especial cuidado do estado. Até a idade dos vinte anos, recebem  a mesma educação.
Há todo um processo neste tipo de República em que as crianças passam por um sistema educacional e seletivo, sendo que os menos aptos ficariam nas classes inferiores e os mais aptos, que se destacassem mais, seriam elevados a patamares superiores.
Aos 30 anos os que fracassarem nos exames são reunidos para formar a classe média: a dos soldados. E os demais terão autorização para continuar seus estudos superiores, cuja principal disciplina é a Filosofia. São exercitados para governar, porque deverão ser os dirigentes do Estado. Esse ensino superior irá durar uns cinco anos ainda. E então, aos trinta e cinco anos, servem como “aprendizes da vida”.
Como filósofos amadurecidos, na teoria e na prática, devem então comandar o Estado, pois para Platão o Estado ideal deve ser governado por filósofos e a finalidade deste Estado é estabelecer a Justiça Universal.
Em Roma Antiga, a República foi instalada em 509 a. C, com a deposição do último rei do povo etrusco (Tarquínio, o Soberbo), que dominava Roma. A partir daí, a mais poderosa instituição política passa a ser o Senado, constituído por membros patrícios, que eram da classe dos grandes proprietários de terras. Também havia os magistrados (pretores, questores, cônsules, edis etc) e, em ocasiões especiais, havia o governo de ditadores, como foram Sila (a favor dos aristocratas) e Júlio César (que apesar de ser patrício reduziu certas regalias dos grandes proprietários e estabeleceu alguns benefícios aos mais pobres).
Existia a Assembleia Centurial, composta por patrícios e plebeus, que votava as leis que vigoravam em Roma, elegiam cônsules e pretores, como também resolvia as apelações de cidadãos , sendo que havia mais centúrias patrícias.  Outras instituições importantes eram a Assembleia Curiata, que cuidava de assuntos religiosos e a Assembleia da Plebe, que escolhia os tribunos da plebe e votava leis.
O período republicano em Roma foi caracterizado por lutas entre patrícios e plebeus. A revolta desses resultou  em leis que os beneficiaram  (Licínia, Canuleia, Hortênsia etc).   
Com a expansão territorial, a partir das conquistas militares houve aumento da concentração de terras em mãos dos patrícios, êxodo rural, proletariado urbano empobrecido e aumento da escravidão. Durante a República houve o surgimento da classe dos equestres (comerciantes), a tentativa frustrada de Reforma Agrária (irmãos Graco), revoltas de escravos, derrota do império cartaginês, aumento das atividades comerciais. Além disso, a sociedade romana também sofreu forte influência da cultura grega e helenística, aumento da corrupção e das separações entre casais, lutas entre o partido Popular e o partido Aristocrático. O fim da República se deu após a luta entre e Marco Antônio e Otávio, integrantes do Segundo Triunvirato, que originalmente também contou com Lépido, sendo vencedor Otávio ( o herdeiro político de Júlio César)  e que passou a ser designado Augusto, o primeiro imperador.
Outras duas experiências republicanas importantes de outros países que eu destaco são: a Independência dos Estados Unidos, sendo formada uma República Federalista e Presidencialista e a República da Convenção da Revolução Francesa.
Em relação à república formada nos Estados Unidos, sua Constituição  teve fortes influências iluministas, como por exemplo, a teoria dos direitos naturais de John Locke. Esta Constituição garantia a propriedade privada, optou pelo sistema de república federativa, defendia os direitos e garantias individuais do cidadão, embora mantivesse a escravidão.
De início existiram duas facções: os federalistas e os republicanos, sendo que os primeiros eram a favor do fortalecimento do poder central e os outros acreditavam que o governo central não deveria submeter a autonomia dos estados. A Constituição, datada de 1787, buscou um equilíbrio entre essas duas tendências, abrindo caminho para que os estados norte-americanos tivessem autonomia para elaborar uma série de leis, que tratariam de assuntos de natureza mais específica.
Entre as mais famosas reformas na Constituição dos Estados Unidos, podem ser citadas as leis que determinaram o fim da escravidão (1865); a criação do voto feminino (1920); a proibição das confissões sob tortura (1937) e a que concedeu o direito do cidadão ficar em silêncio e exigir um advogado quando acusado por algum crime (1966).
Na França, durante a fase da Convenção, o rei absolutista foi guilhotinado. No governo republicano dos jacobinos, que representavam a pequena burguesia e os sans-cullotes (população pobre urbana), houve o enfrentamento às tropas estrangeiras que estavam invadindo a França; a criação do   Comitê de Salvação Nacional, que buscava resolver os problemas internos; o Tribunal Revolucionário, que  perseguia e condenava à morte qualquer um que viesse a ser visto como desleal à revolução.
Foram implantadas medidas a favor dos mais pobres como: sufrágio universal, que  anulou os direitos feudais remanescentes;  permitiu a formação de pequenas propriedades; e tabelou o preço de todos os gêneros de primeira necessidade. Também foram tomadas outras medidas como a defesa da criação da escola primeira pública e gratuita; a regulação dos salários; o direito de greve e o combate ao estado de miséria que atingisse qualquer cidadão.
Caracterizou-se também o governo jacobino pela enorme mortandade devido à ação descontrolada do Tribunal Revolucionário, sendo executadas dezenas de milhares de pessoas.
As experiências republicanas dos Estados Unidos e França influenciaram diversos movimentos na América, como nos casos das independências de vários países da América hispânica e em movimentos republicanos no Brasil como as Conjurações Mineira e Baiana no século XVIII; a Confederação do Equador, em Pernambuco e a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul no século XIX.
Em 1840 assumiu o governo o imperador Dom Pedro II. Seu pai, Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil, havia abdicado em 1831 e começaram os governos regenciais (Regências Trinas, Regência de Feijó e Regência de Araújo Lima). O último governo regencial acabou graças à antecipação da maioridade de Pedro de Alcântara, o segundo imperador. O Segundo Império iniciou tendo de lidar com algumas revoltas provinciais que tinham começado nos governos regenciais, sendo a mais duradoura a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. No fim da década de 1840 as tropas imperiais derrotaram a Revolução Praieira em Pernambuco, acabando com as revoltas nas províncias.          
A política partidária no Segundo Império ficou dominada pelo Partido Conservador (mais centralizador) e pelo Partido Liberal (a favor de mais autonomia às províncias. O imperador governava tendo a seu favor o Poder Moderador, que possibilitava a ele um poder centralizador e de intervenção política.
Na segunda metade do século XIX  conflitos externos (Guerra contra o ditador Rosas na Argentina, Guerra contra os blancos do Uruguai e a Guerra do Paraguai); a Questão da escravidão;  a Imigração de europeus; as iniciativas de Mauá e o desenvolvimento cada vez maior da lavoura cafeeira  foram fatores de destaque na realidade brasileira.
Depois da Guerra do Paraguai, fatos importantes influenciaram no enfraquecimento do Império e contribuíram para a implantação da República. Com o fim da guerra contra o exército paraguaio de Solano Lopez, novos aspectos aconteceram como o Manifesto Republicano de 1870; o surgimento de uma nova consciência corporativa por parte de membros do Exército brasileiro e o crescimento do movimento abolicionista.
Podem ser apontadas como as principais “Questões” que foram responsáveis pela decadência do Império as seguintes: Questão Religiosa; Questão Escravocrata; Questão Militar.
A Questão Religiosa se deu devido a dois bispos brasileiros terem punidos padres maçons, seguindo a orientação papal, mas sem a autorização do imperador, conforme determinava o padroado, que estabelecia a submissão do Clero brasileiro ao Império (tal prisão ocasionou um desgaste da relação entre Igreja e o governo imperial); a Questão Escravocrata, por causa da Lei Áurea que libertou os escravos, levando ao descontentamento diversos fazendeiros escravistas; a Questão Militar, devido ao sentimento de desvalorização por parte de integrantes do Império e à prisão de militares que se manifestaram contra atos do Império, assim como a influência de ideias republicanas e positivistas no meio de oficiais do Exército. Também foram fatores que tiveram influência a Questão da Sucessão do Trono, pois a princesa Isabel, herdeira do trono, era casada com um nobre francês; e republicanismo federalista de certos fazendeiros, principalmente da província de São Paulo, querendo descentralizar o poder e dar mais autonomia às províncias (na República, os estados) e o descontentamento de camadas médias da população, que queriam mais oportunidades.
O acirramento da Questão Militar, com a prisão de militares, levou certos oficiais a marcarem a derrubada do imperador. Foi chamado a chefiar as tropas que iram realizar o movimento o marechal Deodoro da Fonseca, que era de origem monarquista. De início não tendo se decidido a apoiar o movimento, acabou por tomando parte e liderando as tropas que depuseram o ministério imperial, principalmente por ter sido espalhado um boato de que ele, Deodoro, como também outros oficiais, seriam presos. Então, em 15 de novembro de 1889, o governo imperial caiu, sendo que o imperador  e sua família tiveram de se exilar na Europa.
Os primeiros governos republicanos foram chamados de “República da Espada” (governos de Deodoro e Floriano Peixoto). A Constituição de 1891 instituiu algumas mudanças importantes, como o fim do voto censitário (por renda); a separação da Igreja do Estado; o fim do poder Moderador; mais autonomia para os Estados; o voto direto para presidente da república (depois da primeira eleição, que seria indireta). Mas a estrutura econômica do país ainda continuava muito baseada no campo e os que podiam votar eram  somente homens alfabetizados a partir de 21 anos, estando excluídos também mendigos e membros de ordens monásticas, o que restringia o número de eleitores a uma ínfima parcela da população. E o voto não era secreto. Durante a “República da Espada” dezenas de milhares de brasileiros perderam a vida em conflitos sangrentos (Revolta da Armada e Revolução Federalista).
Após o governo de Floriano veio a chamada República Oligárquica, dominada pelos fazendeiros, com predomínio das oligarquias paulista e mineira. A República da Espada e a Oligárquica formaram a chamada República Velha (1889-1930), período sucedido por outas fases republicanas do Brasil: Era Vargas (1930-1945); Governos Populistas (1946-1964); Governos Militares (1964-1985) e a fase atual de democratização (1985 até hoje).
Houve durante toda a República, em nosso país, conquistas de direitos de cidadãos por meio de lutas diversas; massacres; vitórias e retrocessos políticos; maiores direitos quanto ao voto; diversificação econômica; crescimento urbano; melhorias sociais etc. Infelizmente problemas sociais graves continuam ocorrendo. A violência urbana acentuada e a corrupção disseminada ainda são aspectos negativos muito frequentes e com um sistema judiciário em variadas ocasiões com falhas e injusto. A Educação e a Saúde Pública tem que melhorar muito, como também necessita haver um maior desenvolvimento de   muitos aspectos estruturais.  Enfim, houve mudanças boas, avanços democráticos, porém para nossa República ser mais justa e mais democrática ainda falta muito. 
De Platão, podemos nos inspirar na sua ênfase na educação e na necessidade dos esforços por melhorias das capacidades das pessoas, mas sem chegar nas minúcias de seu processo seletivo, onde a sociedade discriminava os que não tinham condições de serem os mais capacitados e onde os "intelectuais" tinham um poder supremo. E dos jacobinos, o exemplo da preocupação com os mais necessitados, sem chegar nos seus excessos e autoritarismos. Dos Estados Unidos há boas ideias de respeito aos direitos de expressão, os direitos pessoais. Porém temos de ter consciência de que o Brasil não tem que ter como um modelo ideal este último país, que também tem seus defeitos, como se viu na última eleição, quando um candidato menos votado foi eleito presidente. O Brasil precisa encontrar seu  próprio caminho em busca de uma sociedade melhor e mais justa.
Que a data do 15 de Novembro nos sirva de reflexão sobre a história de nossa república e o que queremos que mude em nossa nação!
                
Colaboração: Márcio José Matos Rodrigues - professor de História 

domingo, 13 de novembro de 2016

Na Tuna, ainda não é hora de jogar a toalha

Foto: DOL

Com uma folha salarial de aproximadamente 100 mil reais, a Tuna Luso Brasileira é, de longe, o time que mais investiu para a disputa da Segundinha do Parazão. Daí a sensação de frustração em chegar na última rodada sem depender só dos próprios resultados para se classificar. Com 4 pontos, o time recebe na próxima quarta-feira o líder Pinheirense, no estádio do Souza, com a missão de vencer, fazer saldo de gols e torcer para o Sport Belém não derrotar a já eliminada Desportiva. “É muito difícil, não vamos negar, mas não acabou ainda. Temos chances e vamos brigar até o fim. Não desistimos”, comenta o presidente cruzmaltino João Rodrigues.
Apesar dos resultados não terem sido os ideais, Rodrigues afirma que acredita no trabalho que foi feito, mas não houve tempo para colocá-lo em prática. “Trouxemos vários jogadores de qualidade, montamos um grupo com atletas experientes e que treinou junto por cinco meses. Se não nos classificarmos agora, teremos jogado apenas 4 jogos. A fase de classificação é muito curta, se houvesse jogos de ida e volta tenho certeza que haveria tempo para a recuperação”, comentou João Rodrigues.

RODADA FINAL
Em sorteio na sede da Federação Paraense de Futebol, ficaram definidos os árbitros e locais da última rodada da fase de grupos. Na segunda feira, às 15h30, o Vênus de Abaetetuba recebe o Castanhal, no Humberto Parente, enquanto Tiradentes e Carajás se enfrentam no Mangueirão. Já na quarta-feira, o jogo decisivo entre Pinheirense e Tuna será disputado no Souza, enquanto Desportiva e Sport Belém se enfrentam no Mangueirão.
Fonte: DOL - Taion Almeida/Diário do Pará)

Pinheirense vence Sport, antecipa classificação e dificulta vida da Tuna

Pinheirense iguala campanha do Castanhal, com 100% de aproveitamento (Foto: Brenno Rayol/TV Liberal)

General da Vila faz 1 a 0 no Sport Belém na tarde desta quinta-feira, no Mangueirão, e se garante na semifinal da Segundinha. Lusa e Dragão brigam por outra vaga

Fonte: Pinheirense vence Sport, antecipa classificação e dificulta vida da Tuna

Fonte: 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Tuna vence o Vila Rica e mantém esperança de classificação

Tuna Luso venceu o Vila Rica e ainda sonha com retorno à elite do futebol paraense (Foto: Brenno Rayol/TV Liberal)
A Tuna Luso Brasileira conquistou nesta quarta (09) sua primeira vitória nesta edição do Campeonato Paraense da Segunda Divisão 2016.  A peleja aconteceu no Estádio do Souza, diante do Vila Rica, pelo placar de 2 a 1.
Mesmo o Vila Rica tendo começado o jogo com maior determinação, foi a equipe cruzmaltina quem abriu primeiro o placar, logo aos 16 minutos do primeiro tempo, através do jogador Endy, que aproveitou a sobra de uma cobrança de falta feita por Flamel.
A Tuna ampliou o placar ainda no primeiro tempo, aos 39 minutos, através de Bruno que chutou cruzado, sem dar chances ao arqueiro Paulo Henrique..

Foto divulgação DOL

O Vila Rica chegou ao gol bem no início do segundo tempo, por intermédio de Romário Marajó, que aproveitou um erro de marcação da defesa tunante e marcou..
Apesar de ter sido pressionada durante todo o segundo tempo, a Tuna conseguiu segurar o placar e venceu sua primeira partida na competição. Com essa vitória, a equipe tunante chega a quatro pontos e chega ao terceiro lugar do Grupo A2, mantndo viva a chance de classificação para as semi-finais, mas precisará vencer seu próximo jogo diante do Pinheirense, que tem seis pontos, no próximo dia 13 de novembro, no Souza, além de torcer para que o Sport Belém vença ou empate com o mesmo Pinheirense, em jogo programado para esta quinta-feira (10/11). O Vila Rica não tem mais chance de classificação, pois tem três pontos e já realizou seus quatro jogos.

FICHA TÉCNICA
TUNA: Alencar Baú; Levy (Gleicinho), Preto Barcarena, Bernardo e Ednaldo; Tetê, Endy (Jefferson),  Rafinha e Flamel (Moisés); Cleo e Bruno.
Técnico: Fran Costa

VILA RICA: Paulo Henrique; Leandrinho, Victor (Luan), Tiago Costa e Almir; Adelson, Galvão, Romário Marajó e Adauto; Andrei (Adriano Miranda) e Rafael Tanque (Emerson Luan).
Técnico: Patricio Capixaba

ÁRBITRO: Djonaltan Costa
ASSISTENTES: Dimmi Yuri e João Paulo
CARTÕES AMARELOS: Levy, Bernardo e Tete (TUN) ; Andrei, Tiago Costa e Adriano Miranda (VRA)
LOCAL: estádio Francisco Vasques (Belém/PA)
RENDA: Não divulgada

>> Veja a tabela de classificação da Segunda Divisão do Campeonato Paraense

Classificação atualizada da Segundinha:




Foto: Cezar Magalhães.

Fonte: DOL, Globo Esporte, Orgulho Tunante

domingo, 6 de novembro de 2016

Seu João, nosso torcedor símbolo.

 Carteirinha de sócio proprietário da Tuna Luso Brasileira, do seu João. 
Dizem que o torcedor brasileiro é por demais apaixonado pelo futebol, mas que costuma esquecer muito rapidamente seus ídolos. Para provar que essa afirmação não é uma regra geral, homenagearemos hoje um torcedor muito especial para quem acompanha a história esportiva da Tuna Luso Brasileira. Trata-se do Sr. João Ferreira dos Santos, carinhosamente conhecido como "SEU JOÃO".


 Seu João sentado na arquibancada do Estádio do Souza, em um de seus incontáveis jogos torcendo pela sua Tuna.

Seu João é solteiro, paraense, nascido em Belém do Pará, no dia 10 de agosto de 1935. Filho de Inocêncio Pereira dos Santos e Maria dos Anjos Santos Ferreira. Contabilista aposentado, boa praça, mas muito autentico! Foi funcionário da extinta panificadora Palmeira. É sócio do clube e considerado o torcedor símbolo da Tuna.
Sua paixão pela Tuna Luso não tem data para acabar, mas começou aos 16 anos, em 1951, por influência de seu irmão, também tunante, Nesta época, passou a frequentar os estádios de futebol continuamente. Sua trajetória de torcedor tunante acelerou em 1952, quando a Cruz de Malta paraense foi vice-campeã no torneio dos Campeões Norte e Nordeste. Desde então até os dias de hoje, seu João afirma que assistiu quase que todos os jogos da Tuna Luso Brasileira realizados em Belém e, apesar de sua avançada idade, dá exemplo e faz questão de pagar seu ingresso.
O primeiro título veio logo em 1951, com uma vitória de 3 x 1 sobre o Clube do Remo. Seu João lembra de todos os detalhes daquele jogo, inclusive os nomes dos jogadores: Dodo, Macaco e Bereco, Rubens, José Maria e Biroba, Juvenil, Gina, Abmael, Teixeirinha e Daniel; técnico Miguel Cecim.
Perguntado de quantos títulos viu a Tuna conquistar, seu João diz que perdeu as contas, mas que o mais importante para ele foi a conquista da taça de prata, série B do Campeonato Brasileiro de 1985.

Seu João (C), ao lado de torcedores tunantes, no jogo de abertura da segundinha do Paraense de Futebol 2016, em 23/10/16, no Souza. Foto divulgação.

Costuma lembrar de alguns acontecimentos e falar frases marcantes, que retratam bem o seu amor pela Tuna:

"A diferença entre um drogado e um torcedor da Tuna é que o drogado até tem uma chance de se curar enquanto que o torcedor da Tuna vai morrer tunante"
"Acima da Tuna, pra mim, só Deus".

Quando perguntado se lembrava de algum acontecimento importante dos tempos de arquibancada, seu João lembrou do jogo amistoso entre a seleção paraense (base composta por jogadores da Tuna) e a seleção amazonense, ocasião que caiu a torre de iluminação do Souza e as rádios anunciaram que ele estava entre os mortos.
Seu João diz que é apenas um torcedor apaixonado pela Tuna e nunca assumiu nenhum cargo no clube. Uma vez incluíram seu nome em uma eleição de Torcedor Símbolo, mas quem ganhou na época foi a D. Flora, mas quem ficou para a história foi o seu João mesmo!
Mesmo festejando muito as diversas conquistas da Tuna ao longo de décadas seguidas, na opinião de seu João, foi em 1985 que a Tuna conquistou a sua maior Glória, ou seja, a Taça de Prata da série B no Campeonato Brasileiro.
A Tuna sempre foi considerada e conhecida como um celeiro de craques, mas há alguns anos essa condição deixou de ser real. O motivo principal dessa baixa e levou a Tuna a deixar de formar bons atletas nos diversos esportes que disputava, segundo seu João, foram as administrações equivocadas, que por não serem compostas por tunantes de raíz, acabaram com o incentivo ao esporte amador, incluindo as escolinhas de futebol do clube, que era em seus bons tempos a maior fábrica de craques da região norte, de onde saíram ou passaram Sarará, China, Chininha, Acapú, Leonidas, Manoel Maria, Omar, Marinho, Darinta, Tela, Odilson, Reginaldo, Edson Cimento, Bosco, Dema, Belterra, Giovani, Gauchinho, Arinelson, Nonato, Welber, Sandro, Paulo Henrique Ganso, etc...
Perguntado se a Tuna ainda poderia ser considerada "A RAINHA DO MAR" e "A ELITE DO NORTE", seu João afirma que agora não, pois nem regata temos mais.
Ao ser perguntado o que a Tuna Luso precisaria fazer para resgatar suas tradições, voltar a formar grandes atletas e conquistar novos títulos, além de trazer de volta aos estádios seus fieis torcedores, seu João foi categórico ao afirmar que é necessário eleger uma diretoria composta por tunantes.
Seu João (E) ao lado do sobrinho, José Rezende. Foto divulgação.

Seu João diz que não tem ido ao clube ultimamente e não poderia apontar quais as principais carências que o clube apresenta hoje em suas diversas áreas de atuação, principalmente nas áreas social e esportiva.
Sua maior Glória, como torcedor da Tuna, foi quando a o futebol de salão cruzmaltino sagrou-se hexacampeã paraense, no final dos anos 70, ocasião em que foram busca-lo na arquibancada para levantar a taça.


Em sua opinião, a maior decepção que viu acontecer no clube foi a saída da direção composta pela colônia portuguesa, que migrou para o Grêmio Literário.

Com boa memória e muito consciente, seu João exalta alguns nomes de atletas e dirigentes cruzmaltinos ilustres que, em sua opinião, contribuíram para o engrandecimento do clube. O melhor jogador do século, para seu João, foi China, enquanto que entre dirigentes, torcedores e incentivadores, cita Edgar Mattar, Augusto Viana, Alberto Sozinho, Walter Abel, Manoel Henriques e Manoel Chipeilo, salvo alguns outros que não lembrou no momento.
Já há alguns anos afastado dos estádios devido ao péssimo momento que passa o departamento de futebol profissional da Tuna, seu João diz que o atual plantel cruzmaltino tem bons jogadores, mas precisa de um técnico com mais experiência. Diz que não está muito confiante no time que disputa a segundinha 2016, mas gostaria de deixar uma mensagem aos leitores do blog e torcedores da Tuna: “a nossa torcida deve se manter fiel e voltar ao estádio. A torcida não deve abandonar a Tuna”.
E assim seu João, nosso o torcedor símbolo da Tuna, finaliza suas considerações sobre o amor que sente pela Tuna Luso Brasileira, seu clube do coração.

Colaboração: Ana Paula Rezende