quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tuna Luso Brasileira Campeã Paraense 1983

Tuna Luso Campeã Paraense 1983 

por: Edyr Proença

Da esquerda para a direita em pé: Bira, Ocimar, Renato, Quaresma, Macedo e Paulo Guilherme. Agachados: Tiago, Ondino, Mariolino, Jorginho e Luis Carlos.
Coluna de Edyr Proença no dia seguinte à conquista da Tuna intitulada "A grande campeã
“Foi, afinal, a Tuna Luso Brasileira a grande heroína desse atriulado e complicado Campeonato Paraense de Futebol Profissional da temporada de 83. Após doze anos de um insuportável jejum de títulos, o clube luso-brasileiro sagrou-se campeão numa jornada de grandes sacrifícios, superando obstáculos, vivendo as dificuldades naturais de uma luta tenaz para, então, vestir-se toda com a euforia a que têm direito os vencedores.
Já era mesmo preciso quebrar essa rotina de Remo e Paysandú, recompensando a Cruz de Malta com o galardão maior de seu futebol, para que entre a sua torcida, que já foi assídua aos estádios, que já foi expressivamente mais manifestante, se restaure o estímulo pelas alegrias do esforço recompensado. Recorde-se que ao cabo de todos esses anos passados, a Tuna se acomodou na função de mera participante dos campeonatos, escravizando-se a uma política financeira teoricamente certa, mas na prática, incompatível com a realidade do futebol atual. E não foi preciso alterar substancialmente essa linha de conduta, mas tão-somente dar uma ligeira guinada, oferecendo assistência e apoio maiores, para romper o silêncio de uma torcia que há muito não tinha o gosto de gritar a plenos pulmões e dizer de sua enorme e incomensurável felicidade, ao saber seu time campeão.
Foi certamente um trabalho de equipe, de princípio encontrando comportamentos habituais e comodistas, tanto que a campanha se fez hesitante nos primeiros tempos. Houve jogos de bom rendimento e de escores desfavoráveis, fazendo temer que seria mais uma temporada de reincidências. Todavia, não faltou compreensão dos dirigentes que, em nenhum momento, perderam o rumo do programa traçado, buscando sempre os remédios à mão, sem exageros mas com decisão.
Não resta dúvida de que a Tuna cresceu da metade para o fim, firmou-se no aceso da competição e tirou partido da exaustão do Clube do Remo, obrigado pelas circunstâncias de regulamento e decisões da justiça Desportiva a cumprir cinco jogos importantes em menos de dez dias. Mas assim como ocorreu com o Leão Azul poderia ter sido ela. É a sorte que tem de acompanhar sempre o campeão.
O título está em boas mãos. A Tuna foi sempre valente e humilde, grande e modesta. Seus atletas souberam suportar os momentos de adveersidade, reagindo sempre aos insucessos, superando-se em espírito de luta nos momentos em que flatvam as virtudes técnicas. Valeram as noites indormidas do Sozinho, do Rezende, do Vieira, do Mendes e outros batalhadores incansáveis. A promessa foi cumprida. A Tuna é campeão do Pará (…)”.

fonte: Jornal A Província do Pará de 21 de dezembro de 1983.

Tuna Luso Campeã Paraense 1983

por: Carlos Castilho

           
              Promessas foram pagas, mas o importante foi trabalho.
Coluna de Carlos Castilho intitulada Tuna, Campeão, time de raça sim senhor
“A Tuna é merecidamente a grande campeã paraense. Ganhou os jogos mais importantes da disputa, mostrando uma raça extraordinária e apagando de vez a imagem de time desfibrado e que não reagia ante os pretensos maiorais de nosso futebol.
O destaque maior da conquista tunante é que o time reagiu brilhantemente na fase mais importante do campeonato. Deu uma ‘atropelada’ exatamente na reta final da competição, mostrando uma determinação nunca vista e roubando dos azulinos um título que já parecia com dono certo.

           
               Risos e lágrimas após uma vitória que parecia difícil.
Foi importante para que a Tuna ganhasse o tão sonhado título uma guinada de 180 graus em seu futebol. Alberto Sozinho com nova mentalidade e muita motivação, sacudiu o antigo e passivo elenco cruzmaltino, Transformou em feras os seus jogadores e fez prevalecer o prestígio e força lusas na hora certa.
Valeu também a formação da dobradinha Ari Grecco e Miguel Cecim. Um jovem, inteligente e muito capaz. O outro maduro, astuto e estrategista por excelência. A dupla foi responsável pela nova filosofia de jogo dos cruzmaltinos, com um futebol solidário e objetivo. Fundamental também foi o ‘animus’ do grupo. Jogadores como Marcedo, Luiz Carlos, Ronaldo, Bira, Quaresma, Jorginho, Renato (com sua importante experiência) e principalmente o excelente Ocimar, tiveram um papel saliente para a transformação da Tuna. Sem esquecer o Miltão com seus gols decisivos ou ainda Tiago, Queiroz, Mariolino, uma senhora promessa, ou mesmo Queiroz, Paulo Guilherme ou ainda Batista.

           
A espera de 12 anos foi inteiramente compensada. O sabor do título de 83 é inigualável. No meio da disputa a Tuna aparecia como azarão. Tropeçando aqui e ali, sem uma equipe respeitável, pensou-se até que seria repetido o fiasco de 82, quando a equipe acabou em 5º lugar. Veio a virada e exatamente na hora do da contratação do seguro, sóbrio e eficiente Ocimar e daí pra frente a nação cruzmaltina passou a acreditar no título histórico.
Na 2ª feira foi o dia da consagração. A melhor equipe venceu. Venceu com autoridade e categoria e mostrou que um grande campeão é feito com trabalho e organização. O Remo fez além do que pode, mas isso é assunto para amanhã. Hoje o espaço todo é para a Tuna, a estrela que sobe no futebol paraense.

fonte: Memória Tunante - http://memoriatunante.tumblr.com/ 
planogeologico@gmail.com 
@belempoque

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