segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A busca por novos tempos de glória



Tuna a fim de reassumir posto de "terceira" força do Pará
Disposta a reassumir a condição de terceira força do futebol local - ocupada pelo Águia, de Marabá -, a Tuna encara a fase principal do Paraense, na qual estreia dia 22, em Marabá, como a chance de sair de vez do ostracismo em que vive há dois anos. Tempo que o time ficou de fora da disputa entre as principais equipes do estado. O primeiro passo parece ter sido dado com a conquista da etapa inicial da competição. Para alcançar o objetivo, os cruzmaltinos se inspiram na rica história do clube, crivada de feitos memoráveis, entre eles a conquista de dois Brasileiros, dez estaduais e a revelação de grandes craques.

A Lusa foi o primeiro clube paraense a levantar um título nacional: a Taça de Prata de 1985, equivalente a Série B. Em 1992, um novo título, desta vez da Terceira Divisão, como era chamada a Série C. A final foi contra o Fluminense/BA em um jogo de fortes emoções, com a Lusa marcando o gol da vitória (3 a 1) nos últimos minutos. A final de 85 foi disputada em um triangular envolvendo Figueirense/SC, Goytacaz e, claro, a Lusa. Logo nas primeiras rodadas, a equipe paraense disparou, com duas vitórias. O último jogo, contra o Goytacaz, serviu apenas para cumprimento de tabela.

A Lusa, que já teve três nomes - primeiro Tuna Luso Caixeiral, depois Comercial e, finalmente, Brasileira -, conta em sua galeria de títulos com dez estaduais. A maioria deles conquistada nas década de 30 e 50, três títulos, cada. Uma época de ouro do futebol tunante, que contava com craques da estirpe de Sarará, Juvenil, China, entre outros. Em 55 o time levantou o supercampeonato, com uma campanha irretocável: 13 vitórias, três empates e nenhuma derrota. De quebra, ainda teve Estanislau o artilheiro do campeonato, com 22 gols, e Sarará, o goleiro menos vazado, com 15 tentos.

Mas a última conquista regional da Lusa ocorreu há 23 anos. O time tinha, entre outros, Belterra, Edgar, Dema, Ageu e Cabinho, jogadores rodados no futebol paraense. Com tantos anos sem levantar um troféu, o presidente Fabiano Bastos acredita que chegou a hora de o time voltar a brilhar. "Este é o momento para recuperamos o tempo perdido", diz o cartola, que tenta reimplantar no Souza a política de revelar jogadores. "Esse sempre foi o ponto forte da Tuna. Por isso estamos reorganizando as divisões de base, que nos últimos anos deram pouco frutos", conta.

A revelação de craques por muito tempo foi uma das marcas da Cruz de Malta. Da Vila Olímpica sairam grandes jogadores para encantar o torcedor brasileiro e do mundo. O mais brilhante deles, sem dúvida, o meia Giovanni, ídolo no Santos/SP, Barcelona-ESP e Olympiakos-GRÉ, pelo qual faturou cinco títulos do Campeonato Grego (2000/01/02/03/05). No Barça, foram sete conquistas, sendo dois nacionais (98/99). Na seleção brasileiro sagrou-se campeão da Copa América (97) e vice-mundial (98).

Os tunantes também exportaram outras crias: Manoel Maria, Haroldo, Arinélson, Magnum, todos com passagem pelo Santos/SP. Manoel Maria chegou a defender a seleção brasileira pré-olímpica. Um outro craque surgido no Souza e que também chegou a time canarinho é Paulo Henrique Ganso, ídolo da torcida do Peixe. "A Tuna foi o meu ponto de partida", recorda Manoel, que mora em Santos. "Espero vê-la brilhando novamente e revelando grandes jogadores, como fez até pouco tempo", completou.

Poucos torcedores sabem, mas a Lusa foi o primeiro time a vencer um torneio internacional. Em 1985, os cruzmaltinos foram a Suriname, como fizeram Remo e Paysandu recentemente, e de lá trouxera o caneco de campeões. O time era praticamente o mesmo da conquista da Taça de Prata. A exceção era Jorginho Macapá, filho de Jorge de Castro, saudoso preparador de goleiros do Remo. Com tanta história, a Lusa tem tudo para voltar a brilhar no cenário local e nacional, afinal de contas já faz algum tempo que os cruzmaltinos não torcem pelo time em Brasileiro.

Para os jogadores, a partida é uma boa oportunidade para mostrar serviço e brigar pela vaga no time titular, já que Flávio Goiano ainda ainda não definiu a formação que utilizará nas primeiras rodadas do Parazão. Uma das posições em que a concorrência está aberta é o gol.
"A disputa existe, mas sempre com lealdade e muita amizade", assegurou o goleiro Cléber, que se destacou na disputa da primeira fase pela própria Águia do Souza, mas agora está ameaçado pelo experiente Adriano, ex-Remo. Enquanto o novo companheiro se recupera de dores musculares, Cléber trabalha com esmero para garantir a posição de titular no time.

A julgar pelo time que enfrentou o Cametá, o técnico deve mandar a campo hoje a seguinte formação: Cléber; Alan, Cristóvão, Bruno Oliveira e Léo; Leandro, Negretti, Dudu e Elton; Kanu e Fabinho. O Independente, por sua vez, também está praticamente definido pelo técnico Sinomar Naves. Durante toda a semana, o treinador montou o Galo Elétrico com: Evandro; Neto, Marraketh, Adson e Fábio; Adnísio, Evandro Pará, Marçal e Kévison; Joãozinho e Ró.

Os ingressos para o jogo amistoso estão sendo comercializados nas bilheterias do Navegantão desde a quarta-feira passada ao preço de R$ 10. Mulheres e estudantes podem adquirir a entrada por R$ 5. A partida tem início previsto para as 16 horas.

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