quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O LEGADO DA TUNA NA 1ª FASE

No início do ano, após a triste desclassificação ainda na 1ª fase do campeonato de 2010 (pelo segundo ano seguido), as nuvens negras pareciam paradas sobre a Tuna Luso. Temiamos um temporal de problemas sobre o clube naquele momento. Eis que o tempo foi passando e as coisas lentamente se ajustando.
Logo no início do segundo semestre de 2010 a diretoria da Tuna iniciou um plano de ação para juntar forças e agregar valores para tentar organizar o futebol profissional do clube. Contatou alguns colaboradores e fechou acordo com Flávio Goiano que tinha apresentado proposta para formar, em conjunto com a Tuna, um elenco caseiro e dentro da realidade do clube, mas ao mesmo tempo competitivo e capaz de conseguir a classificação para a fase principal do parazão 2011. Assim foi feito e Flávio Goiano iniciou seu trabalho de forma um pouco timida.
Flávio Goiano assumiu inicialmente o cargo de gerente de futebol e chamou o técnico Zé Carlos para coordenar o grupo. Com Zé Carlos veio o auxiliar Ney Sorvetão e a nova comissão técnica. Através de seus contatos, Flávio Goiano conseguiu trazer para compor o elenco da Tuna diversos jogadores. Um deles foi o bom meia Fininho, vindo do Peñarol do Amazonas, que se tornou o destaque da 1ª fase. O novo time começou então a ser formado e novos nomes apareciam a cada treino. Apesar de pouco saber sobre os novos jogadores, exceto alguns poucos que já eram conhecidos, incertezas reinavam junto a torcedor cruzmaltino e imprensa local. Apesar das incertezas, o que não faltava no grupo era disposição e vontade para treinar e ganhar a chance de defender a gloriosa camisa da Tuna Luso. Passado o dia da apresentação, a comissão técnica caiu na real e descobriu que faltava de tudo no departamento de futebol profissional da Tuna. Não tinha bolas, nem uniformes de treino, nem chuteiras, tão pouco havia material de medicina (ataduras, esparadrapos, dorflex, etc...) coisas básicas de treinamento. O diretor de esportes Arnaldo assumiu o cargo e passou a dar o suporte que a equipe precisava. Aos poucos conseguiu as coisas que faltavam e as coisas foram se ajustando graças a modesta ajuda da diretoria e de alguns colaboradores anônimos como os da ATAT que estavam sempre presentes e supriam o departamento com material conforme a necessidade exigia. Um dia aparecia jogos de camisas, no outro chegavam jogos de calções ou de meias, em seguida toalhas de banho, luvas de goleiros, cones de marcação de campo, ataduras, esparadrapos, frutas, etc. Conforme a comissão técnica necessitava e solicitava, o diretor Arnaldo e o pessoal da ATAT se viravam e conseguiam o material pedido (tudo através de doações anônimas). As coisas começaram a mudar e melhorar apesar de ainda estarem longe do esperado. O auxiliar técnico Ney recebeu proposta para dirigir o time do Abaeté e saíu do grupo antes do início da 1ª fase, abrindo espaço para a chegada do ex-jogador Mazinho que assumiu o cargo de auxiliar técnico.
Devido o atraso na reforma do gramado do Souza, a falta de campo para treinamento atrapalhou bastante o trabalho do treinador Zé Carlos mas mesmo assim o time não parou.
Foi feito um amistoso contra o time do Paysandu, na Curuzú, valendo a taça Lupercínio. O jogo terminou empatado em 1 a 1. A taça foi decidida através de cobranças de penalty e vencidda pelo Paysandu. O time jogou bem mas mostrou que precisava de mais jogadores para compor alguns setores do elenco.
Próximo de iniciar a 1ª fase chegaram os experientes jogadores Charles, Analdo, Negreti, André Luiz e Fabinho para se juntarem ao grupo. Começava então a ser formado um bom time, pelo menos na teoria! 
Chegou o tão esperado início da 1ª fase e a torcida cruzmaltina, fiel e saudosa por futebol, deslocou-se em pequeno número mas se fez presente no município modêlo para ver e trocer pela Águia guerreira. A 1ª fase é um torneio de tiro curto e disputado por apenas 8 equipes, sendo apenas 7 jogos para cada time, onde apenas 2 se classificam para a fase seguinte. Nessa fase, cada jogo é uma decisão e precisavamos fazer o maior número de pontos possível para conseguir a classificação.
O primeiro jogo contra o Castanhal, uma das mais fortes equipes concorrentes, foi fora de casa e seria a primeira prova de fogo real para a nova equipe da Tuna. Durante o jogo observamos um time nervoso, embolado no meio de campo e com um esquema tático complicado e defensivo demais. Alguns dos melhores e mais experientes jogadores do elenco ficaram no banco de reserva e só entraram quando não era mais possível reverter o placar. O jogo terminou 2 a 0 para o Castanhal que não precisou jogar muita bola para conseguir a vitória. Apesar do mal início a torcida absorveu desconfiada a derrota e deu um crédito de confiança para a equipe mas fez suas críticas em relação ao esquema tático do time. As críticas chegaram aos ouvidos do técnico Zé Carlos que parece não ter aceitou muito e deu suas justificativas para a derrota e por não ter colocado de início os jogadores Charles e Analdo. 
Veio o segundo jogo e conseguimos uma angustiante vitória de 2 a 0 sobre o fraco Time Negra. Apesar da vitória os problemas táticos permaneciam e quando pensava-se que as coisas entrariam nos trilhos tivemos a fatídica derrota por 2 a 1 para o nosso etérno carrasco, o Sport Belém. Ficamos numa situação complicada onde dos 7 jogos e 21 pts possíveis, só tinhamos vencido um jogo e já haviamos perdido 2 e 6 pts. Só no restavam 4 jogos e 12 pts para disputar. Na manhã seguinte (5ª) ao jogo contra o Sport foi realizada uma reunião na sala da presidência da Tuna entre diretoria, gerente de futebol, comissão técnica e representantes da ATAT. Na reunião foram discutidos diversos assuntos importantes e em comum acordo foi decidido que a partir daquela reunião o comando técnico da Tuna estaria interinamente sob responsabilidade de Flávio Goiano, passando o Zé Carlos a ocupar o cargo de coordenador de futebol. A partir da reunião as coisas começaram a mudar. Na parte da tarde Flávio Goiano apresentou-se ao elenco como novo técnico e imediatamente iniciou o treinamento mudando o esquema tático para 442. Com a mudança o time passou da água para o vinho e com o mesmo elenco a Tuna que só tinha 4 jogos e 12 pts para disputar, precisando vencer todos, cumpriu a difícil tarefa e logo no domingo seguinte bateu o então invícto Ananindeua pelo placar de 2 a 1, no Souza. A torcida ganhou nova esperança e o elenco se motivou. No jogo seguinte a Tuna venceu outro invícto, o Parauapebas pelo placar de 3 a 1, também no Souza. Agora só faltavam 2 jogos decisivos contra o Abaeté (adversário direto) e no jogo final, em Mãe do Rio, contra o quase rebaixado mas perigoso Santa Rosa. Vencemos o bom time do Abaeté por 1 a 0, novamente no Souza. No jogo final a Tuna não dependia apenas de suas pernas para obter a classificação. Precisaria vencer o Santa Rosa, em Mãe do Rio, e torcer para que Ananindeua e Castanhal, um dos dois, não vencessem  seus jogos. Tudo deu certo para a Tuna pois o Ananindeua empatou com o rebaixado Time Negra por 2 a 2 e o Castanhal penou para empatar com o Sport por 1 a 1. A partir desses resultados a Tuna dependeria de uma vitória simples e estava vencendo por 1 a 0 mas o Santa Rosa empatou no minuto seguinte e começou o sofrimento. O que não esperávamos era que a Tuna fizesse o gol da vitória aos 47' do segundo tempo, quase matando do coração a metade de seus torcedores. Com a espetacular vitória a Tuna finalmente conseguiu se classificar para a fase principal do campeonato paraense de futebol de 2011.   
Pela heróica classificação para a fase principal a comissão técnica e jogadores da Tuna receberam uma premiação especial (em torno de R$20.000,00) dada por um grupo de colaboradores cruzmaltinos e deverá receber em breve um complemento de premiação do pessoal da ATAT.  
A luta apenas começou e agora que é que o campeonato irá começar de verdade. Para isso conclamamos todos os torcedores e colaboradores cruzmaltinos para ajudarem a formar e manter um time competitivo.
Um Feliz Ano Novo para todos!

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