sábado, 19 de janeiro de 2008

Domingo festivo no Souza
















Cruzmaltinos apostam em equipe de anões
Amistosos de futebol a parte, os que vão acontecer na Vila Olímpica hoje de manhã têm um “quê” de curioso. O primeiro está marcado para as 9h30 e vai envolver o Gigantes do Norte, equipe de anões formada pelo próprio técnico tunante Carlos Lucena, e o time da categoria sub-13 da Águia. Já às 10h, o time principal da Tuna entrará em campo contra um selecionado de funcionários de uma empresa de pesca, a Ecomar, para tentar fazer um bom e gordo dever de casa. A equipe visitante, segundo o presidente tunante Marcos Moares, é “uma espécie de seleção de Vigia”, que enfrentará a Águia com o melhor da terra da Gurijuba. O dirigente acredita que a partida será interessante para que todos vejam o renovado escrete cruzmaltino, que há quase 3 meses trabalha intensamente no Souza. Já a partida preliminar, segundo Moraes, é uma tentativa de atrair o público. Os ingressos da domingueira cruzmaltina serão vendidos na hora, com inteira a R$ 5 e a meia-entrada a R$ 3, mesmo valor pago pelo público infantil.

UNIFORME - Em coquetel que encerrará o mês de comemorações dos 105 anos de fundação da Tuna, no próximo dia 30, a diretoria da Águia lançará o novo uniforme do time. O evento ocorrerá na sede social do clube.

Lucena, o “Rei dos Baixinhos”
Gigantes do Norte ganha repercussão dentro e fora do país e técnico colhe os louros da ótima iniciativa
Marqueteiro de mão cheia, o técnico Carlos Lucena, de 51 anos, quando menos se espera surge com uma nova idéia, que chama a atenção da mídia. A última delas já está ganhando projeção nacional e, pasmem, internacional: a criação de um time de futebol formado só por anões. Difícil acreditar, mas o treinador da Tuna Luso conseguiu reunir um grupo de baixinhos, que ganha a cada dia novos adeptos, inclusive de fora do Estado, conforme revela 'cabo Lucena', como é chamado.
O início daquilo que o treinador chama de 'projeto' foi tímido. Eram só quatro jogadores. Não dava sequer para disputar uma partida de futebol de salão. Mas não demorou um mês e os anões começaram a ocupar o gramado do estádio Francisco Vasques, onde o grupo treina pelo menos duas vezes por semana.
A tão esperada estréia do time não poderia ser mais alvissareira: 8 a 1 em cima dos Visagentos, equipe de Bragança, onde aconteceu o jogo, formada por jogadores com necessidades especiais. Os pequeninos de Lucena deram um banho de bola e foram aplaudidos de pé pelos torcedores. Alguns não se contiveram e invadiram o gramado para conhecer de perto os integrantes do 'Gigante do Norte', como é denominado o time, outra grande sacada de Lucena, aproveitando o fato de a Lusa ser chamada de 'Elite do Norte'.
A projeção nacional começou com uma matéria feita por uma emissora de São Paulo. Foi o pontapé inicial para que até a mídia da Alemanha se interessasse pelo assunto. Na esteira vieram a revista Placar, principal públicação nacional do gênero, sites especializados em esportes, e, para surpresa geral, até o Fantástico, um dos principais programas da grade da Rede Globo, que exibirá hoje matéria feita no Souza sobre o 'Gigante do Norte'.
Hoje, Lucena é mais conhecido nacionalmente como o treinador do time de anões do que como comandante da equipe profissional da Tuna. Nada que possa diminui-lo, conforme afirma. 'Para mim o mais importante de tudo é ver esse projeto social saindo do papel e se tornando realidade', tira de letra o treinador, que nas comemorações dos gols do time é obrigado a carregar seu comandados.
Você esperava que o 'Gigante do Norte' tivesse uma repercusão tão grande?
Francamente não imaginava que chegasse a tanto. Para mim e para os anões é uma surpresa isso que está acontecendo. A nossa idéia, quando criamos esse time, era apenas de dar oportunidade a essas pessoas de praticarem o futebol. Mas as coisas começaram a caminhar por um outro rumo. Ainda bem que estamos seguindo um caminho positivo, que é o de dar alegrias ao torcedor paraense.
É verdade que há anões de outros estados se oferecendo para jogar no time?
Tenho recebido algumas ligações de anões que moram em outras cidades, fora do Pará, pedindo uma chance. Só lamento não contar com um local para essas pessoas morarem. Mas posso garantir que a procura tem sido muito grande sim. Para tentar contornar isso, estamos buscando um patrocinador, que possa colaborar com o aluguel de uma casa que sirva como moradia para quem vier de fora. Não é fácil, mas como tudo o que faço, não deixo de acreditar que vou conseguir alcançar esse objetivo.
Esse projeto começou de forma acanhada, mas agora parece ter decolado de vez. Quantos anões o grupo tem hoje?
No início eram poucos os anões. A gente tinha uns quatro, cinco jogadores. Mas aí veio a divulgação pela imprensa e muitos anões que não conheciam o projeto começaram a se interessar. Hoje já temos 19 jogadores. Teve um que chegou na quarta-feira passada e que já deve participar do nosso próximo jogo amistoso.
Quem você destacaria nesse grupo de anões?
Todos eles são habilidosos. Mas no nosso jogo de estréia lá em Bragança quem mais chamou a atenção foi o Vagner 'Lovy'. O curioso é que ele é o menor de todos os anões. Mas ele sabe fazer tudo com a bola nos pés. Se não tivesse nascido anão, com toda a certeza, esse rapaz estaria hoje jogando em uma equipe profissional. O torcedor que não viu o jogo em Bragança vai ter a oportunidade de acompanhar o Vagner e os outros jogadores nas partidas preliminares que vamos fazer nos jogos da Tuna no Parazão.
E a procura da imprensa nacional como tem sido?
Muito grande. Já recebi até telefonema de uma emissora da Alemanha mostrando interesse em fazer uma matéria com o nosso time. A revista Placar na próxima edição deve trazer uma matéria de duas páginas. Existe a promessa de que o Fantástico vá exibir domingo (hoje) uma matéria também. Já está sendo articulada também a ida do time ao programa do Jô Soares, na TV Globo.
O que dá mais trabalho, dirigir o time de profissionais ou o Gigantes do Norte?
Claro que o profissional é encarado com mais seriedade. O time de anões é uma coisa mais amadora. Mas em todos dois procuramos fazer sempre um trabalho sério. Os jogadores do Gigante do Norte são dedicados, procurando fazer aquilo que a comissão técnica determina, mesmo sem colocar um centavo no bolso. Eles fazem futebol por gostarem do esporte e quando isso acontece que está no comando do time não tem tanto trabalho.
Você já se considera o 'Rei dos Baixinhos'?
" Ora, se a Xuxa pode ser a rainha do baixinhos, eu posso ser o rei dos baixinhos. Isso foi uma brincadeira que tirei em um dos treinos do time. Aliás esse é um outro aspecto positivo nos nossos trabalhos com os anões. Estamos sempre com o astral lá em cima. Eles sabem brincar, como é típico de quase todos os anões. Eu que sou um cara que gosta de viver alegre estou me dando muito bem com eles. Acho que todo mundo aqui na Tuna está gostando."


O CARA… Vagner Love paraense garante dar espetáculo
Vagner Love é a promessa de espetáculo na partida preliminar do amistoso da Tuna, hoje de manhã. Com 1,16 m de altura e 21 anos de idade, Casemiro de Abreu é uma espécie de “demônio das pernas curtas”. O público que o assistiu no sábado passado no amistoso entre Gigantes do Norte e Visagentos, em Bragança, aplaudiu de pé quando viu o craque “dar o traço” em seus marcadores, primeiro com um drible da vaca, segundo com um chapéu, e depois com uma sucessão de arrancadas em direção a meta adversária. A explicação para tamanha habilidade é simples: apenas talento. Tanto é que o jogador que calça 32 jogava contra gente “normal” no seu município natal, Santa Cruz do Arari, a 12 horas de Belém. Para a partida de hoje o técnico Carlos Lucena já adiantou a escalação do Gigantes do Norte: Telmo; Rafael, Ageu Sabiá, Capacidade e Ivan; Mineiro, Anderson, Zéo e Chimbinha; Vagner Love e Robinho.

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