segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Tuna foi pioneira no título do Brasileirão


Os anos 1980 viram o florescer de uma das últimas grandes gerações de jogadores da Tuna Luso. Um grupo de atletas formado por pratas da casa e valores regionais conquistou o Parazão em 83, quebrando um jejum de 13 anos sem título, e chegou ao vice-campeonato estadual no ano seguinte. Mas o grande feito daquele time que tinha Luiz Carlos, Mario Vigia, Ondino, Paulo Guilherme e Ronaldão viria no ano seguinte. Comandados por um José Dutra, que dois anos antes ainda era jogador de futebol, a Águia Guerreira do Souza voou baixo na disputa da Série B e se tornou não apenas o primeiro time do Pará a conquistar um título nacional como o primeiro das regiões Norte e Nordeste a se sagrar campeão da Série B.
O título veio de forma impecável, com uma campanha de 10 jogos com 7 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota. Naquele ano a Tuna teve o artilheiro da Série B, o atacante Paulo Cézar, autor de 6 gols, o melhor ataque com 18 gols marcados e, com apenas 7 gols sofridos, teve 11 gols de saldo, o melhor do torneio. Além disso a Lusa, contrariando a noção que sua torcida é pequena, foi campeã de renda e público. Ao todo foram 57.254 pagantes e Cr$ 195.963.00,00 de arrecadação em apenas 5 jogos, uma média de 11 mil torcedores por partida. Na finalíssima, o Mangueirão lotou de tunantes, bicolores e azulinos embalando o time alviverde com mais de 12 mil pagantes e cerca de 20 mil pessoas de público total.
Na campanha até o título, a eliminação dos rivais regionais Moto e Rio Negro foi empolgante, mas a goleada de 5 a 1 sobre o Fortaleza na terceira fase é um resultado que causa suspiros saudosos até hoje. No triangular final a campanha da Tuna foi tão surpreendente que a CBF não se programou para entregar o troféu em Belém e após a vitória por 3 a 2 sobre o Goytacaz, os atletas da Águia deram a volta olímpica no estádio, mas a taça só foi entregue 15 dias depois. 

EMOÇÃO ATÉ O FIM: 92
Não faltaram componentes de drama na conquista do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão de 1992 pela Tuna. Sem o técnico Nélio Pereira, expulso no jogo anterior e precisando devolver o placar de 2 a 0 da derrota para o Fluminense-BA na rodada anterior, o jogo começou tenso. Ageu Sabiá marcou o primeiro gol aos 15 do primeiro tempo e a partir daí a torcida ficou na contagem por um segundo gol que daria o título. Mas nada os preparava para os 7 minutos finais da partida. Aos 42 do segundo tempo, Ronaldo faz o gol de empate e muitos torcedores começaram a abandonar o estádio. Aos 45 minutos, Manelão faz o gol da virada e encheu de esperanças a torcida. Aos 49 minutos, no último lance da partida, o zagueiro Juninho, de cabeça, fez o gol do título.
Essa conquista maiúscula foi, até o presente ano, o último grande título conquistado pela Cruz de Malta. Mas não importa o quanto o tempo passe, a emoção não se dissipa. Com a conquista, a Tuna se tornou novamente pioneira como o primeiro time do Pará a conquistar dois títulos nacionais, marca igualada pelo Paysandu em 2001. Mario Vigia e Ondino, remanescentes do título em 85, se tornariam os primeiros atletas a conquistar dois títulos brasileiros por equipes do Pará. Em 2001, Rogerinho, bicampeão pelo Paysandu da Série B, e em 2005 Sérgio, campeão por Paysandu e Remo, completariam este seleto grupo.
Fonte: Diário do Pará)

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