Treinador disse que sua demissão aconteceu por uma exigência pessoal do gerente executivo Frederico Carvalho
Por: Carlos Fellip (ORM News)
Foto: Tarso Sarraf
Com a classificação para as semifinais da Segundinha do Parazão encaminhada e uma campanha invicta com cinco vitórias e três empates entre seis amistosos e dois jogos oficiais, a Tuna se despediu do treinador Zé Carlos e, nesta tarde, já até apresentou o substituto, mas a saída do antigo treinador gerou uma polêmica no clube.
Em entrevista exclusiva ao ORM News, Zé Carlos, que é sócio-proprietário tunante, justificou sua demissão na Lusa por não 'comungar' com o gerente executivo Frederico Carvalho, ao qual chamou de 'pilantra'.
'Minha saída da Tuna foi porque, desde o primeiro minuto, defendi a Tuna e não interesses pessoais e financeiros de determinadas pessoas. Mas eu assumo o erro, porque tudo começou porque eu indiquei o doutor Frederico Carvalho, que não passa de um pilantra. Foi por causa dele que eu fui demitido', disse.
'Eu indiquei o nome dele porque ouvi que ele tinha ajudado o Vila Rica, inclusive investindo dinheiro do bolso. A Tuna vivia uma situação muito ruim financeiramente e levei o nome deste doutor à presidência da Tuna. Ficou tudo certo e ele chegou prometendo levar recursos para o clube. Passou o primeiro mês e ele não pagou ninguém. No segundo e no terceiro meses, enrolou todo mundo de novo e os jogadores se manifestaram. Ficou prometido que a renda dos amistosos seria dividida entre os atletas, mas, dos seis jogos, isto só aconteceu em um, contra o Águia. O dinheiro dos outros amistosos foi para o bolso do doutor Fred Carvalho', acusou. Sobre a divisão da renda de Tuna e Águia, Zé Carlos disse: 'Logo após o banho dos jogadores, no hotel, dei R$ 125 para cada, porque o Águia gastou cerca de 18 mil com o jogo e deu somente R$ 3 mil para a Tuna'.
Além disso, o ex-treinador tunante ainda acusou o dirigente de tentar influenciar na escalação do time com fins lucrativos. 'O Fred Carvalho queria fazer a Tuna como barriga de aluguel para os jogadores dele. O problema foi que, de todos os atletas que ele levou para o clube, só o Fabrício tinha condições de ser titular no grupo. Aí, ele ficava exigindo que eu escalasse os outros para poder vender depois. Um jogador tem que jogar para ser visto e vendido', falou.
Os problemas financeiros da Tuna, segundo Zé Carlos, só aumentaram quando chegou a Segundinha. 'O que aconteceu foi que, em uma nova reunião no vestiário diante de uma manifestação dos jogadores, o Fred Carvalho prometeu contrato para os atletas e disse o seguinte: 'quem quiser ficar na Tuna, fica, quem não quiser vai embora'. Eles aceitaram e ficaram amarrados ao clube e ninguém recebeu nada. É um absurdo o que está acontecendo no clube!'.
'Eu continuei apesar de todas as divergências com ele. Chegou o momento em que o Fred Carvalho disse para a tesouraria que não teria condições de pagar meu salário e do meu preparador físico. A resposta que ele recebeu foi que a Tuna já tinha condições de fazer os pagamentos. Então, sem mais o que fazer para me afastar, ele disse para o presidente Charles Tuma que se eu não fosse demitido, ele sairia e não pagaria os jogadores', acusou.
'Na verdade, eu acredito que divergências sempre vão existrir, mas a forma com que você encara isto é que faz a diferença. Eu sempre proporcionei as melhores condições possíveis para ele ao longo destes quatro meses. O problema foi que o trabalho dele, que é bom, não aconteceu como esperávamos. No primeiro jogo (da Segundinha), contra uma equipe que começou a treinar uma semana antes da competição, nós tivemos uma dificuldade pra ganhar. Esperamos uma evolução contra o Vila Rica e tivemos ainda mais dificuldade contra um time que começou a treinar 15 dias antes da competição', declarou.
Em relação à acusação de tentativa de influenciar a escalação do time por interesses pessoais e o pagamento de salários, o dirigente informou: 'O Zé Carlos sempre teve automia total para escalar. Em nenhum momento tentamos impor a escalação de um jogador. Sobre os salários, a diretoria e a gerência executiva montaram um planejamento estratégico e financeiro focado para captação de recursos para os jogadores. Eles já receberam os dias trabalhados e receberam 50% do pacote referente à primeira fase. Nós estamos pagando até os jogadores que faziam parte da Tuna Luso, mas saíram, para não termos problemas trabalhistas'.
Agenda - Em meio a esta polêmica, a Tuna enfrentará o Vênus às 15h30 desta quarta-feira (1º), no Souza, em Belém, precisando apenas de um empate para garantir a classificação para as semifinais da Segundinha, que serão disputadas na próxima quarta-feira (8). Se chegar à final, marcada para o dia 11 de outubro, a Lusa já estará classificada para a disputa da primeira fase da primeira divisão do Parazão 2015.
Fonte: ORMNews
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