Ex-jogador foi uma das maiores transações do norte e nordeste na década de 70. Ele foi revelado pelo São Francisco e fez sucesso em clubes paraenses da capital Belém
Um zagueiro de apelido esquisito que saiu de Santarém, oeste
do Pará, e fez seu nome em grandes clubes do futebol brasileiro. Odvaldo Francisco Silva Picanço, mais conhecido como Darinta,
construiu uma bela carreira e defendeu equipes de peso como Sport e Palmeiras,
além de ter feito muito sucesso nos times da capital paraense, como Tuna Luso,
Remo e Paysandu.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, o
ex-atleta relembrou alguns momentos importantes dos tempos de jogador. Ele
guarda com carinho suas passagens pelos principais clubes do Estado e também a
oportunidade de ter vestido as camisas do Leão da Ilha e do Verdão.
Sucesso nas grandes equipes do Pará
Darinta (o primeiro da esquerda, em pé) foi revelado pelo São Francisco (Foto: Arquivo pessoal/Darinta)
Natural de Santarém, oeste do Pará, Darinta começou sua
carreira no futebol em um time local chamado Náutico. O zagueiro logo se
destacou e foi jogar pelo São Francisco em 1968, quando tinha apenas 14 anos de
idade.
Em 72, foi contratado pela Tuna Luso, clube pelo qual jogou
durante sete anos, primeiro atuando como lateral-direito e, posteriormente como
zagueiro. Neste período, o atleta era emprestado para Remo e Paysandu e
disputava as principais competições nacionais pelos dois maiores times do Pará.
Apesar de nunca ter conquistado títulos por clubes do Pará,
mesmo tendo atuado durante vários anos no futebol paraense, o ex-jogador
conta que a dupla RE-PA disputava seu passe
junto a Tuna todos os anos e que era querido pelas diretorias e torcidas
dos
clubes paraenses.
- Só para o Remo, eu fui emprestado por três vezes. No
Paysandu, fiquei um ano e seis meses. As diretorias traziam vários reforços de
fora para a disputa do Campeonato Brasileiro, mas também procuravam atletas
locais para fazer parte das equipes. Eu
ia para o que fizesse a melhor proposta.
Além de São Francisco, Tuna, Remo e Paysandu, Darinta também
jogou por outros times do Pará - como Independente, Santa Rosa e Vila Nova – e
encerrou sua carreira no Castanhal em 1991.
A chegada ao Sport e o desafio de marcar Dinamite na estreia
Um jogador paraense sendo reverenciado em sua chegada a um
grande clube como o Sport. O ex-zagueiro Darinta não acreditou na recepção
da diretoria e da torcida pernambucana quando foi contratado em 79 para
defender o Leão da Ilha.
O atleta foi comprado por Cr$ 1,2 milhão (cruzeiros) da Tuna
Luso Brasileira no que foi considerada a maior transação de um jogador do norte
e nordeste naquela época. Darinta guarda com carinho até hoje as lembranças da
chegada ao aeroporto de Recife e do carinho dos torcedores rubro-negros.
-
Cheguei ao som da banda Bafo do Leão, a torcida toda no
aeroporto. Me colocaram em um carro de bombeiro para dar voltas na
cidade. Parecia um rei lá em cima, com direito a charanga, hino do Sport
e muito frevo.
A felicidade foi total.
Darinta (o terceiro da direita para esquerda, de pé) foi titular durante 1
ano e meio no Sport (Foto: Arquivo pessoal/Darinta)
Para completar a festa pela chegada do jogador, a diretoria
do Sport levou o Vasco da Gama à Ilha do Retiro para a partida que marcaria a
estreia de Darinta pelo Leão. O zagueiro
teve a difícil missão de marcar o atacante Roberto Dinamite em grande fase e
provar à torcida pernambucana que valia todo o investimento feito pelo clube.
- Todo mundo queria ver o Darinta. Pelo valor da contratação
queriam ver se eu era tudo isso. O Vasco tinha o goleiro Mazaropi, o Dinamite e
outros grandes nomes. O Estádio estava lotado, as atenções todas voltadas para
mim. Ganhamos o jogo que marcou a minha estreia. Uma vitória como esta não tem coisa melhor.
Darinta
ficou um ano e meio jogando como titular pelo Sport, mas não conquistou
títulos. Em 1979 perdeu a final do Estadual para o Santa Cruz. Ele
deixou
Pernambuco para voltar a Belém e defender o Clube do Remo em 1980.
O Palmeiras e a "injustiça" com a equipe de 81
Darinta
(segundo de pé, da direita para esquerda) e o Palmeiras de 1981,
campeão da Taça de Prata (Foto: Arquivo pessoal/Darinta)
Em 1981, Darinta foi levado do Clube do Remo para o
Palmeiras por um empresário que negociou o atleta à equipe paulista. O Verdão passava por uma fase de reformulação em seu
elenco e disputou a Taça de Prata daquele ano, que era uma espécie de divisão
de acesso do futebol brasileiro.
O Palmeiras foi campeão daquela competição vencendo o
Guarani de Campinas por 2 a 0 na grande final. Mesmo com o título, aquela
equipe não encantou e nem deixou grandes lembranças para a maioria da torcida
alviverde.
Uma goleada sofrida para o Internacional pelo placar de 6 a
0 marcou aquele time e a passagem de Darinta pelo Palmeiras. Titular da defesa
do Verdão, o zagueiro paraense não esteve em campo nessa partida por causa de
uma lesão em um dos tornozelos. Mesmo assim, o jogador acredita que há certa
injustiça quando se fala do time de 81.
- Eu tenho plena convicção que o time do Palmeiras era bom.
Críticas existem em qualquer lugar, mas como uma equipe poderia ser ruim
ganhando a Taça de Prata? Nós derrotamos o Guarani de Campinas, que tinha Lúcio,
Jorge Mendonça, Careca e Ângelo no ataque, por 2 a 0 no Pacaembu, com
tranquilidade. Isso um time ruim não faria – afirma Darinta.
Darinta, Santarém (Foto: Gustavo Campos/GloboEsporte.com)
O zagueiro ficou no Verdão até o ano de 1983 e depois
retornou ao Remo. De acordo com ele, o Palmeiras não comprou seu passe junto ao
clube paraense por um desentendimento que aconteceu envolvendo o santareno e um dos
diretores alviverdes após uma partida do Campeonato Paulista.
Darinta
também
teve destaque jogando pelo Rio Negro-AM na década de 80, quando foi
campeão amazonense em 1982 numa equipe que contava com jogadores como o
meia Berg, que fez sucesso no Botafogo, e o goleiro Tobias, que foi
campeão paulista pelo Corinthians em 1977 e ajudou o Timão a quebrar um
jejum de 23 anos sem títulos. Com 60 anos, o
ex-jogador atualmente está aposentado e mora em Santarém com sua
família.
Odilson (D) e Darinta (E). Dois craques irmãos e bons de bola. O terceiro irmão bom de bola era o jogador Tela, que também jogou pela Tuna Luso. (Foto arquivo pessoal de Odilson)
Fonte da matéria: globoesporte.com
Muito bom jogador. Ele era baixo pra zagueiro, mas tinha uma impulsão fantástica que ganhava de muitos atacantes altos.
ResponderExcluirFalei com ele ano passado (2013), lá em Santarém. Estava na companhia do Tela, um de seus irmãos que também jogou na Tuna, além de Odilson. Conversamos rapidamente mas foi o Tela quem demonstrou maior carinho pela Tuna.
ResponderExcluirAlguém sabe a escalaçao dessa foto do sport acima?
ResponderExcluir