terça-feira, 26 de novembro de 2013

Série C assombra centenário dos clubes paraenses


Com a dura realidade da iminência do rebaixamento cada vez mais perto dos bicolores em 2014, uma triste coincidência perpetua-se de vez na realidade dos três principais times mais tradicionais do Pará que envolve o terceiro escalão desta divisão do futebol brasileiro.

A terceira divisão do futebol nacional, envolve uma mística não muito feliz para os representantes do futebol local. Remo, Paysandu e Tuna Luso, que já tiveram anos de glórias em competições na elite do futebol brasileiro a nível de primeira divisão, esbarram na realidade de passar o ano dos seus respectivos centenários na Série C do Campeonato Brasileiro.

A começar pela Elite do Norte, a Tuna Luso Brasileira, que completava 100 anos de fundação em 2003. O time do Souza até que fez uma campanha considerada razoável, haja visto que o campeonato tinha 93 representantes em um dos modelos de competição mais "inchados" que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já realizou.

A Cruz de Malta paraense chegou a quinta e penúltima fase da competição. No chamado mata-mata, foi eliminada pela equipe do Campinense-PB em dois confrontos de ida e volta. No dia 9 de novembro daquele ano, na primeira partida, a Tuna foi goleada pelo placar de 4 a 1, no estádio Governador Ernani Sátyro, usualmente conhecido por Amigão, em Campina Grande (PB).

Apoiada por torcedores de Remo e Paysandu, o estádio Baenão, local em que a Tuna mandou este jogo na época, recebeu um bom público na partida de volta. Mesmo com a situação desfavorável para os tunantes no placar, a Águia do Souza ganhou o apoio da torcida paraense, mas não adiantou. Na tarde chuvosa de 12 de novembro, o representante do Pará na série C foi novamente derrotado, desta vez pelo placar de 3 a 1 e deu adeus à competição.


2005: o centenário da conquista azulina

O Clube do Remo viveu uma situação bem mais gloriosa no ano do centenário. Em 2005, ano que o Leão Azul disputava pela primeira vez em sua história a Série C. A torcida remista fez nascer o apelido de "Fenômeno Azul" por acompanhar maciçamente o time com recordes de público nas arquibancadas do Mangueirão. A torcida azulina foi campeã de média de público em todas as divisões do futebol nacional daquele ano.

Dentro de campo o time parecia gradativamente ouvir o incentivo que vinha das arquibancadas, a cada partida e fase disputada. O plantel era limitado, mas empenhado para conquistar o acesso à Série B.

Na primeira fase o Remo venceu quatro partidas e empatou duas, classificando-se em primeiro lugar do Grupo 3, com 14 pontos. Depois vieram as fases de eliminatórias, que foram disputadas em jogos de ida e volta (mata-mata), teve que bater o Tocantinópolis-TO, depois Abaeté-PA e, por fim, o Nacional-AM, garantindo a classificação para a fase final, onde enfrentou o Novo Hamburgo-RS, América-RN e Ipatinga-MG. Ficou com o título ao conquistar 10 pontos na fase final, mesmo número do América, mas com melhor saldo de gols (dois contra 1). Com isso, o Remo marcava o seu nome no futebol nacional como detentor do inédito título em sua história centenária.

Ao Papão, resta saber qual caminho o time bicolor irá traçar nesta temporada. A Série C, por si só, já é considerado um martírio para muitos, porém as situações financeiras para se sustentar nesta competição, já foram bem piores em tempos não tão distantes, mas o que se sabe é que nenhum time do Pará, por ostentar um patrimônio inestimável, no caso as suas torcidas, merecem disputar esta divisão do futebol brasileiro que não condiz com o tamanho da tradição destas agremiações.  

Fonte: Ronald Sales/DOL

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