Foto divulgação.
O Estado esteve no centro das atenções políticas dos País no domingo. Pela primeira vez, uma consulta popular foi feita para servir de base a projetos de divisão territorial, que dariam origem a duas novas unidades federativas: Tapajós e Carajás. Quinze minutos depois da meia-noite, a apuração estava concluída e o resultado era aquele esperado e já anunciado horas antes pela Justiça Eleitoral. Ambas as propostas foram rejeitadas pela população. Porém, a história não acaba com o anúncio final. A parte do Pará que teve seu pleito recusado exige mais atenção e justiça na divisão das riquezas e dos serviços públicos.
A grande maioria da população paraense votou para dizer não à divisão do Pará. Até a meia-noite e 15 minutos de hoje, com 100% das urnas apuradas, os números mostravam que 2.344.510 (66,08%) eleitores se manifestaram contrários à criação do Tapajós e 2.363.416 (66,59%) disseram não ao Carajás. O plebiscito da divisão entrou para história política paraense não apenas como a primeira consulta no País sobre a criação de novas unidades federativas, mas também como a eleição mais rápida e tranquila do Estado. Apenas duas horas após o início da apuração, o resultado foi anunciado pela Justiça Eleitoral.
Apenas 34 das 18 mil urnas utilizadas apresentaram problemas, mas em nenhum caso a votação teve que ser feita de forma manual. Também não foram registradas prisões ou apreensões de material de campanha ilegal.
De acordo com o balanço parcial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), faltanto apenas 100 urnas a serem apuradas com os votos de 28.473 eleitores (0,59%), o resultado já era definitivo: 1.200.096 eleitores (34,01%) declararam ser favoráveis à criação do Tapajós e 1.182.436 (33,50%) ao surgimento de Carajás. Votos em branco somavam 14.886 (0,41%) e nulos, 37.809 (1,05%).
Nas primeiras parciais divulgadas pelo TSE, pouco depois das 17h, o "Sim" chegou a sair na frente, no entanto, a situação logo foi revertida a favor do "Não", que abriu distância e manteve uma vantagem confortável durante todo o processo de apuração. A vitória matemática foi confirmada pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, desembargador Ricardo Ferreira Nunes, duas horas após o início da apuração, quando 75% das urnas estavam apuradas.
Na avaliação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, o plebiscito representou um teste para a democracia participativa.
"O que me parece importante é que esse plebiscito representou um teste no que diz respeito à democracia participativa, porque a Constituição de 1988 inaugurou uma nova forma de democracia. Nós demos um passo para além da mera democracia representativa e vivemos agora em toda a plenitude a democracia participativa, em que o povo é chamado a opinar sobre as questões relevantes que dizem respeito ao País, mediante alguns instrumentos como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular", afirmou Lewandowski. Ele também disse que a tecnologia de transmissão de dados via satélite - foram colocados 277 pontos de transmissão - permitiu que os votos de urnas localizadas em locais de difícil acesso fossem apurados antes de seções que ficam em centros urbanos.
fonte: O Liberal - edição 12/12/2011.
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