ODILSON, O NOVIÇO ARTILHEIRO QUE TROCOU A BATINA PELA BOLA
Odilson estudou no seminário católico de Santarém e quase se tornou padre. Em Belém, foi artilheiro na Tuna Luso e com apenas 24 anos trocou o futebol pela agronomia.
DO SEMINÁRIO PARA OS GRAMADOS
Odilson Antônio Picanço nasceu no dia 16 de março de 1952, na cidade de Santarém, estado do Pará. Filho de Odilardo e Inês Picanço, aos 13 anos fez o vestibular para ingressar no seminário católico de Santarém, São Pio X, e foi aprovado. No seminário, estudou durante seis anos e, garante ele, os ensinamentos cristãos lhe valem até hoje. Odilson não seguiu a carreira sacerdotal, mas, resignado, diz que bem encaminhado para a sociedade. Odilson confessa que só abandonou a carreira sacerdotal por causa do celibato. Ainda no seminário, o noviço já era bom de futebol. Passou a jogar também por times de Santarém. Aos 15 anos, Odilson era o titular no time do seminário. Aos 16 anos, foi artilheiro do campeonato santareno pelo Náutico Clube, time em que atuaram seu pai e os irmãos Darinta, Tela e Odil. Depois Odilson seguiu para o São Francisco. Estava então com 17 anos, e foi campeão pelo clube, junto com jogadores como Cabecinha, Jeremias, Cuca e Darinta (todos ex-Remo).
Quando veio para Belém, em 1973, Odilson tinha o intuito de continuar seus estudos. Ele havia jogado como amador pelo Náutico e São Francisco, de Santarém, e precisava se manter na capital. Passou no vestibular da FCAP (atual UFRA). Depois por iniciativa de seu grande amigo, o radialista guarany Júnior (santareno), foi atuar na Tuna Luso Brasileira.
JOGAR COM A CABEÇA NÃO SIGNIFICA APENAS CABECEAR
Ao iniciar na Tuna Luso, Odilson conviveu com grandes jogadores do futebol paraense: Alcino, moreira, Bené, Almeida Cambalhota e vários outros. Mas o talento de goleador ele já trazia no sangue. Ele foi o artilheiro do campeonato com 14 gols. Foi na Tuna que Odilson se profissionalizou assinando o seu primeiro contrato. Guarda a cena da assinatura na memória e, em especial, a presença de seu padrinho na agronomia, Manoel Chipelo. Odilson lembra que sempre teve grandes amizades na Tuna, tornando-se um autêntico torcedor cruzmaltino. Até o carro de Odilson é verde.
Sobre sua opção pelo ataque, Odilson explica que desde cedo, em Santarém, costumava atuar como centroavante, e conhecendo sempre o caminho do gol, tornou-se artilheiro. Ele gaba-se de ter sido um jogador que sabia usar a cabeça, colocando-se o melhor possível nas jogadasde sua equipe. Por isso, era muito aproveitado pelo técnico Miguel Cecim - considerado um dos frandes treinadores do futebol paraense- não só como centroavante, mas também como ponta de lança, ponteiro-direito e no meio de campo. Na Tuna, Miguel Cecim aproveitou Odilson em várias posições, menos como goleiro e na zaga. Odilson comenta que o futebol não tem muitos segredos, basta estar no lugar certo e na hora certa para que as jogadas e os gols aconteçam.
Mas a boa colocação não é tudo, ensina o ex-jogador. O centroavante tem que ter o faro do gol e não desperdiçar oportunidades, principalmente quando fica cara a cara com o goleiro. Aos jovens jogadores da Tuna, o quase futuro padre dá um conselho: para o atleta de futebol crescer, aparecer, não basta tocar a bola. O jogador tem de marcar gols. É a bola na rede que torna o jogador reconhecido. Odilson lembra das jogadas combinadas com os companheiros de clube, como Salgado, Bosco, Valtinho e Gonzaga, no revezamento dentro de campo. Gonzaga, aliás, foi um dos jogadores mais admirados pelo ex-artilheiro por ser inteligente. Pelos mesmos méritos, ele cita o meio-campista Roberto Bacuri, do Paysandu, e Roberto, do Remo.
Hoje em dia, critica Odilson, há poucos jogadores assim. Há muito vigor, habilidade, mas não aqueles jogadores que atuam com atenção na colocação em campo e em outros aspéctos técnicos e táticos de atletas e equipes de futebol, observa. O ex-atacante da Tuna acha que o lado psicológico dos jogadores deve ser trabalhado como estratégia para se desenvolver as qualidades dos atletas muito além do que eles vem demonstrando.
INTERIOR É CELEIRO DE CRAQUES, DIZ ODILSON
Odilson é saudoso quando fala da torcida cruzmaltina. Lembra que havia grande aproximação dos jogadores com os torcedores, tanto nos jogos oficiais como nos treinos.
Os grandes jogadores que passaram pela Tuna nessa época não davam motivos para a torcida reclamar. Eles saíram-se muito bem não apenas na Lusa, mas também no Remo e no Paysandu, recorda Odilson.
O ex-jogador avalia que, em relação ao futebol dos anos 70, o de hoje é mais valorizado. Na sua época, havia mais amadorismo, as emoções falavam bem alto, e o esporte não trazia retorno financeiro.
Para Odilson, toda época tem os seus craques. Na sua época, havia muitos. Hoje também, reconhece. Mas poderia haver mais se os jogadores fossem valorizados dentro dos próprios clubes, nas escolhinhas de futebol e nos municípios do interior do estado, de onde já saíram grandes craque. O único clube que ainda recorre ao celeiro do interior, diz Odilson, é a Tuna Luso.
TÉCNICO CONTRIBUIU PARA PENDURAR AS CHUTEIRAS
Odilson não esquece o time da Tuna, formado por Edson cimento; Darinta, China, Carvalho e oliveira Pipoca; Antenor, Bosco, Valtinho; Fefeu, Odilson e Gonzaga. Também costumava formar nesta equipe o atacante Leônidas. Este time foi grande em 1974, e quase chega ao título estadual naquele ano.
Ele recorda que o árbitro Favile Neto invalidou um gol da Tuna, marcado por Odilson numa partida contra o Remo. O lateral-direito Augusto, derrubou o atacante da Tuna e o juiz marcou falta contra a Lusa. No final do jogo, o ponteiro-esquerdo Neves, cruzou e o centroavante Alcino completou, dando a vitória ao time azulino.
Na Tuna, Odilson ganhou vários torneios, como o Cidade de Belém, Pará-goiás, Amazonas e outros. ele parou de jogar futebol aos 24 anos e conta que, na verdade, não parou porque quis. Quem o fez pendurar as chuteiras foi o treinador aureliano Beltrão, que quando chegou em Belém, Odilson havia se formado e iniciava como engenheiro agrônomo. O treinador começou a manter atividades dos jogadores em dois turnos, pela manhã e à tarde. Na época, a Tuna tinha treinamento apenas pela tarde. Com atividades em dois turno, ficou difícil para Odilson conciliar os treinos e o trabalho. Houve também, reclama ele, um certo desinteresse para resolver a situação do atleta. no final, sua balança pendeu mais para a estabilidade profissional como agrônomo.
Odilson está em paz com seu passado em campo e acha que deixou sua contribuição para o esporte no Pará: foi artilheiro do Parazão em 1973 e 1974.
Odilson começou a jogar futebol com 15 anos e parou com 24, em 1977. Ele se recorda que sua última partida foi contra o Paysandu. Um ano antes, Odilson Picanço, havia se casado com Renê Picanço, professora de Educação Física, com quem teve os filhos Lidiane, Lidiolenno e Lennon John, além de Isandro Mafra, com outra mulher.
CONVITES - Odilson chegou a recebr convite para atuar no Avaí-SC e no Santos-SP. Quando surgiram os convites ele estava em vias de se formar e não seguiu para o Peixe. Também recebeu convite do Paysandu, mas também acabou não aceitando e escolhendo a agronomia.
O ex-centroavante passou bom tempo afastado do futebol por causa de seu trabalho, que já dura alguns anos. Odilson trabalha na prefeitura de Paragominas, como Secretário de Meio ambiente.
BREVE BATE BOLA COM O CRAQUE ODILSON:
Blog - QUAL O SEU NOME COMPLETO, SEU APELIDO E EM QUE ANO E ONDE NASCEU?
R- Odilson Antonio Silva Picanço - ODILSON - Nascido em Santarém, em 1952.
Odilson, ainda jovem, usando calça boca de sina, em frente da orla de Santarém.
Blog - QUAIS OS NOMES DOS SEUS PAIS?
R- Odilardo Correa Picanço e Inês Maciel da Silva Picanço.
Blog - VOCÊ É CASADO E TEM FILHOS? QUAIS OS NOMES DELES?
R- Casado com Maria Renê de Souza Picanço. Temos três filhos: Lidianne Gleice de Souza Picanço, Lidiolenno de Souza Picanço, e Lennon John de Souza Picanço.
R- Casado com Maria Renê de Souza Picanço. Temos três filhos: Lidianne Gleice de Souza Picanço, Lidiolenno de Souza Picanço, e Lennon John de Souza Picanço.
Isandro Mafra, com outra mulher.
Odilson e sua esposa Maria Renê.
Blog - QUANDO VOCÊ DESCOBRIU QUE TINHA HABILIDADE E PODERIA SER JOGADOR DE FUTEBOL?
R- Isso aconteceu em Santarem, tínhamos muito espaço para jogar bola e era nossa diversão em nossa família, começamos desde garoto, eu e meus irmãos Odil, Darinta e Tela. Jogávamos no Náutico, em Santarem, e depois fui para o Seminário e continuei jogando, foi quando fui para o SÃO FRANCISCO, o Leão Santareno. Naquela época ganhávamos tudo em Santarem, com Jogadores como CABECINHA, CUCA, GEREMIAS, DA SILVA, CARLITINHO. Fomos tri-Campeões em 70. Em 72, cheguei em Belem (final) e fui para a Tuna, onde em 73 e 74 fui ARTIHEIRO do campeonato Paraense, junto com Alcino e Almeida Cambalhota. Vim com a finalidade de estudar (fazer Agronomia) e passei de primeira. Fui muito feliz jogando pela TUNA, meu time de Coração.
R- Isso aconteceu em Santarem, tínhamos muito espaço para jogar bola e era nossa diversão em nossa família, começamos desde garoto, eu e meus irmãos Odil, Darinta e Tela. Jogávamos no Náutico, em Santarem, e depois fui para o Seminário e continuei jogando, foi quando fui para o SÃO FRANCISCO, o Leão Santareno. Naquela época ganhávamos tudo em Santarem, com Jogadores como CABECINHA, CUCA, GEREMIAS, DA SILVA, CARLITINHO. Fomos tri-Campeões em 70. Em 72, cheguei em Belem (final) e fui para a Tuna, onde em 73 e 74 fui ARTIHEIRO do campeonato Paraense, junto com Alcino e Almeida Cambalhota. Vim com a finalidade de estudar (fazer Agronomia) e passei de primeira. Fui muito feliz jogando pela TUNA, meu time de Coração.
Seminário de Santarém, celeiro de padres e de craques de futebol.
Blog - ONDE VOCÊ INICIOU E POR QUANTOS ANOS JOGOU FUTEBOL?
R- iniciei em Santarem, no Náutico, e depois fui para o São Francisco.
Em Santarém, quem nos descobriu para o futebol foi o Sr. Francisco Coimbra, o Chico Coimbra. Joguei futebol desde os 15 anos. Jogava na seleção do Seminário, depois fui para o Náutico e em seguida para o São Francisco. Com 20 anos, cheguei a Belém para estudar Agronomia e joguei os meus 4 anos pela minha querida TUNA LUSO BRASILEIRA.
Odilson, jogando pelo São Francisco de Santarém.
Blog - EM SANTARÉM, QUEM O DESCOBRIU PARA O FUTEBOL?
R- Joguei Profissionalmente pela TUNA e pelo amador, no time do Seminario e São Francisco (Santarém).
Blog - QUAIS OS TIMES QUE JOGOU FUTEBOL PROFISSIONAL, EM SANTARÉM E FORA DE LÁ?
R- Em Santarém, joguei no Náutico e no São Francisco. Em Belém, joguei na Tuna Luso Brasileira.
Blog - TEM MAIS ALGUÉM DA SUA FAMÍLIA QUE JOGA OU JOGOU FUTEBOL?
Blog - QUAIS OS TIMES QUE JOGOU FUTEBOL PROFISSIONAL, EM SANTARÉM E FORA DE LÁ?
R- Em Santarém, joguei no Náutico e no São Francisco. Em Belém, joguei na Tuna Luso Brasileira.
Blog - TEM MAIS ALGUÉM DA SUA FAMÍLIA QUE JOGA OU JOGOU FUTEBOL?
R- Quem jogou comigo em Belém, na Tuna, foi o DARINTA (que também jogou no Remo, no Sporte Recife e no PALMEIRAS). O TELA jogou na Tuna.
Odilson e Darinta. Dois craque irmãos e bons de bola.
Blog - SEUS FAMILIARES APOIAVAM SUA CARREIRA?
R- Sim, meus familiares apoiavam e davam a maior força Sempre.
Blog - COMO VOCÊ BEM SABE, TRABALHAR NO FUTEBOL DA TUNA SEMPRE FOI DIFÍCIL. O QUE LEVOU VOCÊ A ESCOLHER A TUNA, AO INVÉS DE REMO E PAYSANDU, PARA JOGAR FUTEBOL E QUEM O TROUXE PARA BRILHAR NA ELITE DO NORTE?
R- Sim Não foi fácil porque trabalhava na Tuna e fazia faculdade. Foi muito difícil mas foi divertido também. Bem, quando cheguei não foi com o mesmo nome que chegaram Cabecinha, Geremias e Cuca , tive que me virar sozinho onde conquistei o meu espaço e com a ajuda do Guarani Junior (Radialista) que morava também na casa do estudante do Pará. Ele arranjou um espaço com seu Manoel Chipelo e fui crescendo na Tuna. Depois eu levei DARINTA, TELA, ZUZA e PEDRINHO, todos de Santarem, onde já encontrei o BOSCO e o ACARI na Tuna.
Blog - QUAL FOI A SUA MAIOR ALEGRIA NA TUNA?
R- Sim Não foi fácil porque trabalhava na Tuna e fazia faculdade. Foi muito difícil mas foi divertido também. Bem, quando cheguei não foi com o mesmo nome que chegaram Cabecinha, Geremias e Cuca , tive que me virar sozinho onde conquistei o meu espaço e com a ajuda do Guarani Junior (Radialista) que morava também na casa do estudante do Pará. Ele arranjou um espaço com seu Manoel Chipelo e fui crescendo na Tuna. Depois eu levei DARINTA, TELA, ZUZA e PEDRINHO, todos de Santarem, onde já encontrei o BOSCO e o ACARI na Tuna.
Blog - QUAL FOI A SUA MAIOR ALEGRIA NA TUNA?
R- Alegria grande de ser o artiheiro do campeonato em 73, junto com Alcino e Almeida Cambalhota. Quase cheguei a ser campeão em 74, quando Favile Neto tirou o nosso campeonato desmarcando o gol que fiz no Remo. Mais fui muito feliz na Tuna.
Odilson foi artilheiro jogando ao lado de muitos craques como:
Darinta, Edson Cimento, Carvalho, ?, Antenor, ?, Fefeu, Odilson, Leonidas, Valtinho e Gonzaga.
Jogar ao lado de tantos craques era covardia:
Darinta, Edson Cimento, ?, ?, Fernando, Zuza, Fefeu, Odilson, ?, Bosco e Gonzaga.
Blog - TEM ALGUMA MÁGOA DO PERÍODO QUE JOGOU NA TUNA?
R- Não tenho nenhuma mágoa da Tuna, fui muito feliz e fiz grandes amizades.
Blog - COM QUANTOS ANOS VOCÊ PAROU DE JOGAR PROFISSIONALMENTE?
R- Veja só, tinha apenas 24 anos.
Blog - QUAL A SUA ATUAL PROFISSÃO?
R- Minha atual profissão é Engenheiro Agronomo. Funcionário da EMATER-PARÁ e estou servindo a prefeitura de PARAGOMINAS, como Secretário de MEIO AMBIENTE.
Blog - VOCÊ TEM ESPERANÇA QUE A TUNA VOLTE A SER A FORÇA QUE TINHA NO PASSADO?
R- Tenho muita esperança que a Tuna volte a ser a força que sempre foi e fique no seu grande espaço de importância.
Blog - ATUALMENTE, OS EX-JOGADORES SERGIO, ONDINO, MARAJÓ, LUIZ CARLOS E ANTENOR TRABALHAM NA BASE DA TUNA. VOCÊ JÁ PENSOU EM VOLTAR A TRABALHAR NA TUNA COMO TÉCNICO OU NAS CATEGORIAS DE BASE?
R- Quem sabe, poderei sim! Nós tunantes nunca deixamos de ser tunantes, não renegamos nossa raiz.
R- Quem sabe, poderei sim! Nós tunantes nunca deixamos de ser tunantes, não renegamos nossa raiz.
Blog - TEM MAIS ALGUÉM QUE VOCÊ GOSTARIA DE AGRADECER?
R- Sim, eu gostaria muito de agradecer à TUNA LUSO BRASILEIRA, pela oportunidade que foi dado a mim de fazer grandes amizades e poder também contribuir com o futebol do Pará.
Odilson e seu padrinho de agronomia, Sr. Manoel Chipelo.
Blog - GOSTARIA DE DEIXAR ALGUMA MENSAGEM AOS TORCEDORES DA TUNA?
R - Sim, quero dizer que eles tenham força e paciência que chegaremos lá.
Odilson é um grandes amigo da infância. Dada a luta pela vida, saimos de Santarém, ele indo estudar Agronomia e eu indo virar servidor público da Justiça do Trabalho, inicialmente em SAntarém e depois e até a aposentadoria em Porto Velho/RO. Boas lembranças da infância e adolescência. Sou o Zé Cotta da Mendonça Furtado.
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