quinta-feira, 15 de julho de 2010

Saúde e esperança por meio do esporte


As manhãs de terças, quartas e quintas-feiras são de compromisso inadiável para Talita Zilá, de 10 anos. Logo cedo, ela e a mãe se preparam para uma rotina já conhecida de toda a família. A pé, caminham cerca de 20 minutos até a sede da Tuna Luso Brasileira, onde outras 199 crianças carentes participam do projeto Natação Cidadã. Durante uma hora os participantes aprendem as técnicas e movimentos do esporte e atividades recreativas. A ação é desenvolvida pelo clube sob o financiamento de três grandes empresas privadas atuantes no Estado e supervisão da Fidesa – Fundação para o desenvolvimento da Amazônia. Todos os participantes são estudantes de 8 a 15 anos de famílias que recebem até dois salários mínimos por mês. Como exigência do programa, eles devem frequentar regularmente a escola e manter bom desempenho acadêmico durante o ano. Quatro professores integram a equipe responsável pelo treinamento dos pequenos nadadores, que já exibem os primeiros resultados. Em menos de um ano, 12 crianças participaram de competições nacionais, recebendo passagens e hospedagens gratuitas do programa. Uma delas é a medalhista Ediele Souza, 9 anos, campeã nacional na categoria mirim 1. Parte da equipe está inscrita no Campeonato Brasileiro, em Foz do Iguaçu, no Paraná, no próximo dia 16 de julho.
VALORES REPASSADOS
A ex-atleta Ana Nery, vencedora do Campeonato Brasileiro de 2002, é uma das professoras mais populares. Frequentadora do espaço desde criança, ela agora repassa aos alunos o que aprendeu. “Incentivamos muito a disciplina e o respeito. A ideia é que eles levem esses valores para fora das piscinas também”, afirma. Para o extrovertido Wesley Pacheco, 11, as aulas de natação são o principal momento de diversão do dia. Junto com outros amigos, ele aguardava ansioso o início do treino. “Gosto muito de esportes, por mim ficava aqui o dia todo”. Para Rosa Ramos, mãe de Gabriel Coelho, 12, a integração no programa trouxe outros benefícios. “Antes ele só vivia na televisão, videogame, era um menino muito tímido. Além das amizades, a natação fez muito bem para a saúde dele”. Sobre o projeto, ela completa. “Se não fosse aqui, ele não estaria nadando em lugar algum, porque nos outros clubes é muito caro”. Orgulhosa, Edilene do Socorro observava de longe o treino de Talita. A dona de casa garante que a filha é uma ótima aluna. Ainda que precise fazer alguns sacrifícios para levá-la ao clube no horário exigido, ela não pensa em tirar a filha do programa. “Eu poderia ter desistido, mas faço de tudo para que ela não perca nenhuma aula”. Mesmo em julho a rotina do projeto é mantida. De acordo com o diretor de esportes aquáticos da Tuna, Osório Landry, projetos como esse beneficiam as empresas idealizadoras, o clube parceiro e, principalmente, a sociedade. “O nosso objetivo é proporcionar atividades educativas às crianças e assim resgatar também a equipe de natação do clube, que estava há alguns anos abandonada”.

INFORMAÇÕES
Sobre a abertura de novas vagas e como proceder para realizar inscrições, basta entrar em contato pelo telefone 3219-2805 ou através do email tunanatacao@gmail.com. (Diário do Pará)

Um comentário:

  1. Poderia haver algo parecido em outras modalidades de esporte na Tuna? Construir uma base forte no volei, futebol de salão, futebol de campo, remo? E ao mesmo tempo ter uma ação social? Não custa pensar. Fazer da Tuna um polo esportivo e social importante, revelar talentos e contribuir positivamente para a sociedade.

    Um abraço.
    Márcio

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