sexta-feira, 27 de junho de 2008

PERSONAGENS DA HISTÓRIA DA TUNA - MANECA

Maneca

Maneca ao lado de Acapú, Chininha, Júlio Coimbra (torcedor), Estanislau e Sarará

Time da Tuna Luso Comercial
Super campeão invícto de 1955
Em pé: Mário Ney, Sarará, Nonato, Maneca, Satiro e Muniz
Agachados: Juvenil, Teixeirinha, Estanislau, China e Acapú.


CLUBE DO CORAÇÃO: TUNA LUSO
Alfredo Jorge dos Santos
, o “Maneca”, ex-jogador e torcedor de coração da Tuna Luso, além de torcedor declarado do Vasco da Gama (RJ). Seus colegas de pelada colocaram o apelido nele em homenagem ao jogador de mesmo nome que na época jogava no Vasco da Gama. “Na rua em que eu morava a garotada costumava formar times com os nomes de Vasco, Flamengo e como eu era torcedor do Vasco, os colegas começaram a me chamar de Maneca e até hoje sou mais conhecido por este apelido”, Maneca também é torcedor de coração da Tuna Luso. “O carinho que recebi durante minha passagem pela Tuna, a convivência com os associados e dirigentes fez com que eu me tornasse Tunante”, afirma Maneca.
Maneca diz que há muito deixou de freqüentar os estádios para ver os jogos de seu time. "Ando meio afastado dos campos. Prefiro acopanhar as partidas de futebol pela televisão”.
Maneca tem seis irmãos, sendo uma mulher. Entre os irmãos, Maneca destaca Álvaro Vale, conhecido jornalista, que segundo Maneca, tinha habilidade e poderia ter sido o melhor jogador da família. “Mas como ele precisou trabalhar desde cedo não teve tempo para jogar futebol”, comenta.
Na avaliação de Maneca, os clubes paraenses precisam dar mais apoio às categorias de base. “’E onde surgem os jogadores de talento e que precisam de uma lapidação para chegarem ao estrelato”, ensina Maneca, coberto de razão e com um bom conhecimento de causa, já que ao chegar de Cametá teve a chance de começar jogar no juvenil e aspirantes dos primeiros clubes por onde passou, no caso, Paulista, Remo, Tuna e Combatentes.

MIGUEL CECIM: ELEGIOS À TÉCNICA
Maneca fez muitas amizades através do futebol e a oportunidade de trabalhar com bons profissionais. Miguel Cecim, saudoso técnico da Tuna, provoca recordações especiais em Maneca. “Tive vários treinadores, mas nenhum deles me impressionou mais que Miguel Cecim”, admite. Ele era um técnico bem avançado para a época em que viveu no futebol. Ele era um ousado”, elogia Maneca. “O Miguel já pensava, naquela época, no futebol sem posição definida, o futebol compacto e solidário”, afirma.
Maneca recorda o Campeonato de 51, vencido pela Tuna Luso, que tinha Cecim como treinador. “O Campeonato foi vencido com a utilização do falso ponta-esquerda que trocava passe com o lateral para fugir dos adversários”, conta. Essa mesma jogada passou a ser usada pelo utilizada pelo técnico Cláudio Coutinho, que a batizou de over laping. “Bem antes do Coutinho utilizá-la no flamengo, o Cecim já o adotava na Tuna Luso”, garante.
O over laping de Cecim permitia que os atacantes tunantes se dessem bem na conclusão das jogadas iniciadas nas laterais. Mas quem atuava no meio-campo também tinha a oportunidade de chegar ao gol e balançar as redes inimigas. “Eu mesmo cheguei a fazer alguns gols aproveitando as jogadas de linha de fundo”, recorda o jogador.
Maneca afirma que as amizades eram as melhores coisas do futebol daquela época, comenta o meio-campista cruzmaltino. Maneca destaca Jurandir, jogador que ele indicou à Tuna Luso em 1951. “Nossa amizade nasceu no Exército”, conta Maneca que passou a conviver com Jurandir como se fossem irmãos. "A afinidade entre nós era muito grande, tanto que ele me introduziu em sua família”, recorda com saudade do amigo que se foi e que deixou de jogar futebol por causa de um atrito com a diretoria tunante.

TÍTULO MARCANTE: CAMPEONATO DE 1955
O Campeonato de 1955, conquistado pela Tuna Luso, foi o que mais marcou na carreira de Maneca. O que mais impressionava Maneca no esquadrão tunante era o clima de irmandade que reinava entre os jogadores. “Quando o time concentrava, o China, que era um dos nossos melhores jogadores, costumava dizer que éramos uma família só”, conta. Maneca diz que a frase era dita sempre para ressaltar que no futebol o importante é o coletivo e não o individual.

MANECA NO MARANHÃO
O jogador Maneca se destacou também jogando no Sampaio Corrêa do Maranhão na década de 60. Foi para São Luis em abril de 1960 por interesse da Petrobras, empresa em que trabalhava na época. “Eles precisavam de um funcionário no setor de comunicação e eu fui apontado”, diz Maneca. Maneca foi vice-campeão no primeiro ano de atividade na capital maranhense e campeão nos anos 61,62 e 64, pelo “time boliviano”. Segundo Maneca, devido o golpe militar de 64, teve de adiar seu retorno para Belém. “Tive que ficar por lá até 1970, mas nessa época já havia parado de jogar futebol por causa de uma contusão antiga, de quando ainda era da Tuna, tanto que jogava com uma joelheira”, conta Maneca.
Começou a jogar futebol em São Luis atendendo um pedido do desportista Antônio Bento, do Sampaio Corrêa. "Como não estava fazendo nada mesmo nada em termo de futebol e eu era mesmo fome de bola resolvi aceitar o convite”.
Maneca também ajudou o Sampaio Corrêa a conquistar o Torneio Marinho Rodrigues, tradicional naquela época em São Luis.
O ex-jogador conta que em sua ida para São Luis, fez muitas amizades. “Nesse aspecto a minha ida para o Maranhão foi bastante positiva”.
Maneca diz que, além da contusão, teve de abandonar o futebol devido a um cargo de chefia que assumiu na empresa. “Passei a ter mais responsabilidade e o melhor era deixar o futebol naquele momento”, encerra.
Fonte: ORM - O Liberal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário