quarta-feira, 14 de maio de 2008

Emoção marca Troféu RM


Atleta do Ano, Batatinha deu 'selinho' na mãe, de tanta alegria. Maior premiação esportiva do Pará reforça papel da família.
Quinze atletas locais foram agraciados ontem à noite com o Troféu Romulo Maiorana, a maior premiação do esporte paraense, no teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. A principal vencedora da 14ª edição foi Jucileni da Paixão Moraes, a Batatinha, atleta da seleção brasileira de basquete em cadeiras de rodas, que venceu nas modalidades necessidades especias e como Atleta do Ano, pela qual recebeu o anel de ouro. A premiação coroou aquele que foi, provavelmente, o dia mais especial para ela, como atelta. Horas antes, Batatinha havia sido agraciada com o título de melhor jogadora da Copa do Mundo de basquete em cadeiras de rodas, disputada neste mês, na Inglaterra.
O meia Wellington Saci e a nadadora Daniela Guterres, do futebol e dos desportos aquáticos, respectivamente, foram os ausentes. O primeiro estava em campo na vitória do Corinthians sobre o São Caetano, pela Copa do Brasil, e a segunda está treinando no Fluminense.
A Federação Paraense de Handebol, presidida por Miguel Sampaio, foi premiada como a que mais se destacou ano passado e o mestre de caratê Yoshizo Machida, há 30 anos no Pará, como a personalidade esportiva. A solenidade foi marcada pela emoção dos premiados, dos familiares e dos organizadores. A mais emocionada, de longe, foi Batatinha.
A jogadora de basquete mal conseguia expressar a emoção que sentia pelo prêmio. 'É muito mais fácil jogar basquete do que encarar uma espera como essa. A ansiedade é muito grande', disse. Em seguida ela deixou um importante recado sobre a condição dos atletas paraenses e dos portadores de necessidades especias. 'As pessoas com deficiência têm que ser olhadas como normais, capazes de fazer tudo o que uma pessoa normal pode'.
Quando recebeu a premiação mais importante da noite, Batatinha fez questão de primeiro abraçar a mãe Raimunda e a irmã Luciléia. 'É uma emoção única. Confesso que não esperava. Até comentava com meu namorado como seria bom se a Dinda (apelido de família de Batatinha) fosse premiada', dise a irmã. 'É demais para mim. Mal consigo expressar o que estou sentindo. Quero apenas abraçá-la novamente para podermos comemorar juntas', completou a mãe.
Róbson Caetano elogia esforço
Como bem lembrou Miguel Sampaio, presidente da Federação Paraense de Handebol, premiada ontem, escolher apenas um atleta é uma necessidade da premiação, mas todos os concorrentes poderiam ser considerados vencedores. O mestre de cerimônia, o ex-atleta olímpico e hoje comentarista de esporte da Rede Globo, Róbson Caetano, foi de opinião semelhante. 'Estive em quatro olimpíadas e fui o primeiro atleta sul-americano a particpar de finais de provas de velocidade (100 e 200 metros na Olimpíada de Seul, em 1988). Sei o quanto é árduo o caminho para se chegar longe. Todos aqui estão de parabéns', destacou.
O mestre Yoshizo Machida, Personalidade do Esportiva, fez questão de ressaltar que seu maior feito foi moldar atletas e personalidades nas três décadas como professor, em especial os seus filhos. 'Eu não fiz nada. O que fiz são esses meninos aqui (apontando para os filhos). Agradeço a Deus por eles'.
Cristiane Gomes, vencedora pelo handebol, recebeu o troféu com a perna direita abaixo do joelho imobilizada por causa de uma lesão. Ela agradeceu o apoio de todos e lembrou das agruras que passam os atletas em seu dia-a-dia. 'Quero agradecer aos meus pais, que têm me ajudado bastante nesses momentos tão difíceis que, infelizmente, acontecem na vida dos atletas. Mas é também nas dificuldades que a gente aprende e cresce como pessoa'.
Com exceção dos futebolistas, que são profisionais, todos os demais agraciados receberão uma bolsa de incentivo com duração de um ano, até o mês de maio do ano que vem.
Fonte: O Liberal - Edição de 14/05/2008

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