domingo, 6 de janeiro de 2008

TUNA do futuro.
















2008 será o ano da Águia?
Diretoria estuda parcerias que podem alavancar o clube e devolver à Lusa o status de tempos passados

Leandro Lage (da Redação do jornal Amazônia)
A infra-estrutura da Tuna Luso nunca esteve entre os motivos que a separam dos gigantes Remo e Paysandu. Pelo contrário. Hoje, enquanto o elenco cruzmaltino se concentra no Souza, as duas maiores equipes paraenses mal têm lugar para treinar. E, para 2008, a diretoria Lusa almeja novas conquistas. Além de ampliar o centro de treinamentos, os cartolas alviverdes pretendem incrementar o trabalho nas categorias de base e levar o time principal ao topo do Campeonato Paraense, da Copa do Brasil e ao Brasileiro da Série C a qualquer custo.
Para tanto, um projeto de reestruturação do clube circula pela administração da Lusa. O plano foi encaminhado para diversos possíveis patrocinadores, entre eles as cervejarias Antártica, Schincariol e Cerpa, a estatal Petrobras e duas financeiras internacionais, sediadas em Portugal. O objetivo é conseguir investimentos mensais de até US$ 200 mil (cerca de R$ 350 mil). A bolada seria usada na reforma do centro de treinamentos e aplicada na estruturação das categorias de base e profissional. Em troca, os investidores teriam participação nos direitos federativos de jogadores revelados na Vila Olímpica e na publicidade do clube.
'Os patrocinadores poderão explorar a própria marca e aproveitar o que tiver da base para levar ao exterior', explica Gregório Almeida, assessor do presidente da Tuna Luso, Marcos Moraes. Considerado o histórico das categorias de base tunantes, de onde saíram jogadores como Giovanni, Sandro Goiano, Vélber e Jóbson, a proposta soa convidativa, mas depende de negociação para sair do papel. 'O planejamento foi criado sobre os patamares de um time grande. Por isso, os valores são altos, mas negociáveis, principalmente com empresas de menor porte', diz.
Com uma torcida infinitamente menor, os investimentos ainda são essenciais para a Tuna. Afinal, de que adianta uma estrutura grande como a da Vila Olímpica se não houver aproveitamento? Gregório acredita que o clube consiga fechar com algum investidor em menos de três meses. 'E, depois de concretizada a parceria, será feito um planejamento para saber no que o dinheiro vai ser gasto', explica. A reforma do gramado e a iluminação do estádio Francisco Vasques estão entre as prioridades, de acordo com a planilha do projeto.
presidente do clube luso mantém cautela sobre acertos
De pés no chão para não pisar na bola, o presidente da Tuna, Marcos Moraes, trata do assunto 'patrocínio' com restrições. O dirigente tunante prefere não especificar quais acordos estão ou não em andamento, mas tem planos para caso feche com os investidores. 'Após a saída da Unimed, que patrocinava os três principais times de Belém, ficamos num beco sem saída. Ainda assim, se fecharmos com alguém, montaríamos um time de R$ 70 mil para fazer bonito na Copa do Brasil e até no Brasileiro da Série C', planeja.
Na semana passada, após a confirmação da vinda de financeiras internacionais para negociar com a Tuna, o cartola cruzmaltino tentou abafar o caso. Preocupado com a concorrência e cauteloso em relação aos possíveis parceiros, Marcos declarou que prefere sentar à mesa de negociações antes de contar vantagem. 'Os representantes dessas empresas chegarão dia 17, mas não tem nada certo. Precisamos ver o que podem proporcionar e o que querem em troca. Não sou muito sonhador. Se fosse fácil, todos os times teriam parcerias internacionais', diz.
Segundo o cartola alviverde, as necessidades mais urgentes da Vila Olímpica da Lusa são um ginásio poliesportivo para as equipes de basquete e futsal e a iluminação do Souza, que ainda não pode sediar jogos noturnos. 'Está tudo pronto para iluminar o estádio. Falta apenas dinheiro para começar o trabalho. Já a criação de novas arquibancadas é um investimento alto, que ficará para o futuro', explica Marcos Moraes, que não quis falar sobre os valores dos investimentos que a Tuna precisa para sanar seus problemas mais urgentes.
Lucena já tem até 'time dos sonhos' caso dinheiro apareça
Para o comandante da equipe tunante, o técnico Carlos Alberto Lucena, a prioridade de investimentos é outra. O técnico prefere valorizar os jogadores e continuar a investir nas divisões de base. 'A hora em que chegar um patrocínio, o primeiro passo seria solucionar os problemas de salários. Aí sim deve-se criar um novo campo de futebol para as bases treinarem. Com salários mais altos, o time deixaria de perder bons jogadores para Remo e Paysandu, que oferecem valores maiores e levam muitas de nossas contratações', desabafa.
Na opinião do treinador alviverde, não precisa de muito para que a Tuna se destaque diante dos adversários maiores. 'Mesmo sem dinheiro conseguimos ser vice-campeões do Parazão do ano passado, então é porque nossa forma de trabalho aqui no Souza está dando certo', diz Lucena. O próprio presidente Marcos Moraes faz questão de lembrar que a Lusa não deve nada à Justiça do Trabalho, o que já é uma grande diferença nos caixas dos três principais times da capital paraense.
Carlos Lucena arrisca até a escalação de um time ideal, caso os planos da diretoria tunante se concretizem. 'Teríamos uma equipe de elite com apenas oitenta mil. Minha escalação teria Fabrício, Marquinho Belém, Sérgio, João Gomes, Cassiá, Wilson, Paulo de Tarso, Marlon, Flamel, Alisson e Wellington. Com essa equipe não tinha Remo e Paysandu para bater em nós', planeja o técnico, sobre uma possível realidade. 'Enquanto isso, damos conta de trabalhar com o que temos aqui. Mesmo sem estrelas, nosso time está bom para disputar a próxima temporada'.

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